As autoridades belgas acusaram de ligação ao terrorismo dois dos detidos durante o fim-de-semana após os ataques de Paris, anunciaram os procuradores.
Os dois detidos foram acusados de “acto terrorista” e de “participação em actividades de um grupo terrorista”, enquanto cinco pessoas presas durante o fim-de-semana foram libertadas sem qualquer acusação, anunciou o Ministério Público.
Um dos homens libertados é Mohamed Abdeslam, irmão de Brahim, que esteve envolvido nos ataques de sexta-feira, e de Salah, um dos principais suspeitos dos ataques.
Salah Abdeslam, de 26 anos, é alvo de um mandado de captura internacional emitido pela França, que o descreveu como “perigoso”. A imprensa belga referiu-o como “inimigo público número um”.
As autoridades confirmaram que uma acção policial de grande envergadura realizada hoje em Bruxelas tinha como objectivo prender Salah Abdeslam, mas ninguém foi detido.
Entretanto, a polícia holandesa deteve duas pessoas na sequência de uma operação de larga escala perto da fronteira com a Bélgica, noticiou hoje a imprensa.
Imagens da televisão local mostraram pelo menos dez carros da polícia identificados e descaracterizados identificados e um helicóptero da polícia a sobrevoar um celeiro próximo da pequena cidade de Susteren, a 30 quilómetros de Maastricht (sudeste).
Uma equipa de minas e armadilhas esteve presente no local, a pedido da polícia, indicou uma porta-voz do exército holandês à agência de notícias francesa, AFP, que se escusou a dar mais pormenores.
A auto-estrada A2, próxima do local, esteve encerrada ao trânsito nos dois sentidos. A equipa revistou, com um robô, um carro abandonado na berma da auto-estrada.
Um dos detidos teve que se despir antes de ser levado para um carro da polícia, de acordo com testemunhas ouvidas pela agência noticiosa holandesa, ANP.
A Holanda tem estado em nível elevado de alerta desde os ataques de sexta-feira em Paris, mas não houve até agora qualquer confirmação sobre uma ligação aos atentados, e as entidades oficiais ainda não se mostraram disponíveis para qualquer comentário.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses.
De acordo com o último balanço feito pelos hospitais, das 415 pessoas que foram atendidas nos hospitais após os ataques, pelo menos 42 feridos continuavam no domingo à tarde em vigilância intensiva em unidades de reanimação.
Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espectáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha. Os jogadores das duas equipas acabaram mesmo por passar a noite no recinto.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.
Lusa