A Hungria foi uma das primeiras selecções europeias a disputar um acesso numa fase final através do play-off. Depois de a Bélgica ter levado a melhor sobre a rival Holanda rumo ao Mundial-1986, houve uma pausa de 12 anos até se criar novamente uma ronda intermédia entre os grupos de qualificação e a fase final. Até ontem, fora a única vez que a selecção magiar tinha marcado presença.
As memórias eram más. A 29 de Outubro de 1997, com Safar Szabolcs na baliza, os húngaros foram goleados em casa pela Jugoslávia por 1-7, num jogo em que perdiam por três aos nove minutos e por cinco ao intervalo. A 15 de Novembro, nova goleada, agora por 5-0. Aí, o guarda–redes era Gabor Babos e a estrela foi Predrag Mijatovic, com um póquer.
Gábor Király ainda não se tinha estreado na selecção principal. Era uma escolha frequente nos sub-21, mas o topo da carreira internacional só começou em 1998 contra a Áustria. Há 17 anos, portanto. Uma “carreira” depois, Király foi o guarda-redes da primeira mão do play-off, na Noruega. Aos 39 anos, esta é a última oportunidade de marcar presença numa fase final e, para já, a perspectiva não podia ser melhor. Porque começou o jogo a negar o golo à Noruega com a defesa da noite e porque Laszlo Klein-heisler decidiu o encontro aos 26 minutos.
É certo que ainda falta a segunda mão no domingo, mas os números históricos são suficientemente optimistas para a selecção magiar. Nas 33 rondas de play-off, todas as oito equipas que começaram com uma vitória fora carimbaram o apuramento.
Na noite do jogo 100 pela Hungria, Király está a piscar o olho à participação no Euro com 40 anos. Não é mentira, apesar de ter nascido a 1 de Abril.