DBRS mantém ‘rating’ de Portugal inalterado e com perspectiva “estável”

DBRS mantém ‘rating’ de Portugal inalterado e com perspectiva “estável”


A DBRS Ratings manteve inalterado o ‘rating’ de emissor de dívida de longo prazo da República Portuguesa em ‘BBB’ (‘low’) [baixo]’, confirmando ainda a perspectiva “estável”, anunciou hoje a agência de notação financeira canadiana.


"A confirmação do 'rating' reflecte a avaliação da DBRS da melhoria do perfil de crédito de Portugal nos anos recentes, depois de um substancial progresso na redução do défice externo e orçamental", lê-se na nota divulgada hoje.

"As melhorias no perfil de repagamento da dívida pública, bem como o compromisso com a zona euro servem para assegurar a estabilidade financeira na região, proporcionando suporte adicional aos 'ratings'", acrescentou.

No entanto, segundo a DBRS, "Portugal ainda enfrenta desafios significativos, incluindo os elevados níveis de dívida do sector público, as pressões orçamentais em curso, o baixo potencial de crescimento, e um elevado endividamento do sector empresarial".

E realçou: "Mais, a incerteza política aumentou após os resultados eleitorais inconclusivos em Outubro".

A DBRS considerou ainda que "Portugal está a beneficiar de uma recuperação económica em curso, do estreitamento continuado do défice orçamental, e da descida incipiente do rácio da dívida governamental".

A agência sublinhou que "os recentes resultados eleitorais sugerem um caminho de consolidação orçamental mais gradual", mas a DBRS "não espera actualmente um regresso aos grandes défices orçamentais e acredita que os riscos continuam balanceados de uma forma geral".

A entidade assinalou que "os 'ratings' podem ficar sob pressão se houver um enfraquecimento do compromisso político para com políticas económicas sustentáveis, se um crescimento económico mais fraco do que o esperado levar a uma deterioração nas dinâmicas das políticas públicas, e se ocorrer uma reversão das reformas estruturais, bem como se a incerteza política persistir".

Por outro lado, "os 'ratings' podem ser melhorados se a melhoria das finanças públicas for sustentável e se a recuperação económica se revelar duradoura, melhorando assim o 'outlook' [perspectiva] para a sustentabilidade da dívida pública".

A DBRS vincou que as eleições legislativas de Outubro não levaram à formação de um governo maioritário, pelo que "a perspectiva para a política macroeconómica turvou", até pelo atraso na apresentação do Orçamento do Estado para 2016, "o que aumenta a incerteza sobre o ritmo do futuro ajustamento orçamental".

Porém, a agência de 'rating' acrescentou que não espera "uma alteração do progresso substancial que Portugal fez no combate aos desequilíbrios macroeconómicos".

Lusa