No discurso de encerramento traçando um quadro negro da herança dos quatro anos de governação, e acusando este governo, cujo programa estava agora em debate, de pretender, pelas propostas apresentadas, “resgatar-se a si próprio”.
O líder comunista contestava a legitimidade deste governo sustentado numa leitura dos resultados eleitorais de 4 de Outubro que determinaram uma perda de 700 mil votos nos partidos da coligação, menos 12% relativamente às eleições de 2011 e menos 25 deputados, que determinaram a perda de maioria absoluta.
Mas Jerónimo falou também da alternativa governativa que se avizinha e António Costa, na bancada socialista aplaudia: “Estão criadas condições para outra solução governativa. Existe na AR uma base institucional que permitirá ir tão longe quanto for a disposição de cada força política que a compõe para suportar a o caminho da reposição de salários e rendimentos, da devolução de direitos, do reforço do acesso à saúde, à educação e à segurança social, no apoio à micro, pequenas e médias empresas, aos reformados , aos jovens e que pode permitir a concretização de um conjunto de medidas e soluções que dêem resposta a interesses imediatos dos trabalhadores e do povo.”
Jerónimo de Sousa dizia, uma hora depois de assinar o acordo com o PS numa sala de reuniões do grupo parlamentar socialista, que o “tempo é de expectativa e atentismo! É um tempo de participação de acção, de construção de um futuro melhor”, concluía Jerónimo de Sousa perante os aplausos agora já não só de António Costa, mas de todas as bancadas à esquerda.