“– António, é de sua livre e espontânea vontade casar com Catarina?
– Sim.
– Catarina, é de sua livre e espontânea vontade casar com António?
– Sim.
– António, é de sua livre e espontânea vontade casar com Jerónimo?
– Sim.
– Jerónimo, é de sua livre e espontânea vontade casar com António?
– Sim.”
Escolhi a imagem do casamento porque me parece a mais adequada para este contrato tripartido que, seguindo a linha do matrimónio, será uma bigamia consentida pelas partes.
Assim, o PS “casa” com o BE e também “casa” com o PCP, em cerimónias separadas, mas com conhecimento dos diferentes “noivos”.
São claramente casamentos de conveniência, necessários para atingir um objectivo comum: a administração de uma empresa que se chama Portugal.
Tudo isto nos faz lembrar um casamento entre a noiva rica e o noivo pobre, para escândalo da família da primeira e alegria dos pobretanas. E, para agravar as coisas, a noiva anunciou o casamento de surpresa, sem os pais saberem quem era o noivo.
Claro que isto também é, perdoem-me os mais sensíveis, um verdadeiro ménage à trois. Mas que raio, estamos no século XXI !
Pelo ritmo dos anúncios do casamento iminente e pelo comportamento em zangas anteriores, já se percebeu quem vai mandar neste casamento.
Casados de fresco, felizes, vão meter mãos à obra. E seguindo rituais antigos, começam por distribuir doces pelas crianças.
Talvez tenham pouco tempo para gozar a lua-de-mel.
Já agora, só um pormenor: quem vai pagar a boda?
Escreve à segunda-feira