O debate do programa do governo vai aquecendo, quando já vai quase em duas horas de duração, e o tom subiu mais quando Catarina Martins, do BE, falou para acusar PSD e CDS de terem ido “ao caixote do lixo das más ideias”, ao terem repescado uma proposta que o PS chegou a sugerir (mas retirou por imposição do BE) do despedimento conciliatório. Passos aproveitou a deixa, ou a “pista” para dizer já ter percebido quem catequizou quem.
“A generalidade dos portugueses ainda não percebeu bem quem é que catequizou quem. Aparentemente há uma grande expectativa do PS em acabar com muros antigos, mas não se percebeu bem quem saltou o muro ou se o muro passou a imaginário”, atirou o primeiro-ministro que diz estar “cada vez mais persuadido que o BE mudou pouco a sua posição. Isso dá-nos alguma pista sobre o muro que foi transposto”. Mas ao mesmo tempo, Passos afirmou que "aconteça o acontecer no debate do programa e na votação das moções de rejeição, os portugueses mudarão menos a sua concepção do país e da sociedade do que o BE desejaria".
De Catarina Martins, a porta-voz do BE, Passos tinha ouvido a acusação de ter ido "resgatar ao caixote do lixo das más ideias" o regime conciliatório dos despedimento que o PS acabou por deixar cair do seu programa, depois de negociar com o BE. A mesma medida que Passos acabou por colocar no seu programa de governo (tendo incluído a mesma no documento facilitador com que tentou um acordo com o PS). A deputada do BE atirou ainda a coligação não ter feito “mais do que ser o bom aluno de Berlim” e a resposta à falta de legitimidade de um governo suportado pela esquerda parlamentar” Não são jogadas políticas, é a democracia a funcionar”, disse a deputada bloquista garantido que “se o PSD e o CDS não têm deputados suficiente é porque os eleitores lhes retiraram essa confiança nas eleições. É a democracia a funcionar”. Para o BE, as eleições “rejeitaram o programa que agora o parlamento rejeitará” e que “antes de o ser já o era”.