É raro, raríssimo um clube português aventurar-se lá para aqueles lados da Albânia. O único registo é doSporting e data de 1985. Acaba 0-0 com oDínamo Tirana, para a 1.a mão dos 16 avos da Taça UEFA. A figura, espante-se, é Damas. O guarda-redes faz duas defesas atentas, ambas na linha de golo, e evita o pior – se bem que Jordão acerta na barra à beira do intervalo.
“É um resultado ajustado que serve perfeitamente as nossas aspirações. Fomos calculistas porque o Dínamo é fisicamente mais forte que nós e saímo-nos bem”, justifica Manuel José. No jogo da segunda mão, em Alvalade, um golo do central Venâncio, aos 53’, resolve a eliminatória. Ao todo, um-zero com os albaneses. Passam-se uns anos, vira-se o século e eis--nos de volta à Albânia, 15 dias depois de um claro 5-1 para a terceira jornada dos grupos da Liga Europa.
Insúa e Wolfswinkel marcam os golos em Zurique.Daí para cá, 11 derrotas, cinco empates e 15-35 em golos
Hoje é a quarta e oSporting visita Elbasan. Fora de casa, o leão não é de rugir. Nem nada que se pareça. Nas últimas 16 deslocações, nem uma vitória entre 11 derrotas e cinco empates.Em golos, o 15-35 é mau demais. Está na hora de dar a volta à crise. Porque sim e porque só assim é que o Sporting sonhará com os 16 avos.
Jesus tem a palavra. “É fundamental uma vitória para podermos passar esta fase de grupos. Não vai ser um jogo como em Lisboa. Vai ser mais dividido e complicado para o Sporting, mas acreditamos naquilo que fazemos, acreditamos no plantel e é nessa ideia que temos feito alguma rotatividade no campeonato e Liga Europa.”
Rotatividade? “Todos os jogadores se sentem importantes e o facto de mudarmos alguns jogadores do campeonato para a Liga Europa não tem a ver com o valor dos jogadores.” Então? “Sabendo que jogas três vezes por semana, não podes ter um rendimento da tua capacidade individual sempre a 100%. Aqui não tem a ver com a diferença entre jogador A e B.Com uma condição física melhor, vais ter um rendimento melhor. É nesse sentido que fazemos estas alterações de jogo para jogo, para ter um plantel preparado para todas as competições. E aqui não se fala em menos responsabilidade, os jogos da Liga Europa também são jogos de responsabilidade.”
E o que é a responsabilidade?
“É vencer em função de abrir uma janela ou uma porta para continuar em prova. É vencer todas as provas em que o Sporting está inserido – queremos chegar o mais longe possível e sabemos que vamos ter de assumir riscos. Umas vezes podem sair bem, mas nem sempre, como aconteceu com o Lokomotiv [3-1 em Alvalade]. O importante é que está a correr bem no campeonato”, numa alusão ao primeiro lugar e à invencibilidade fora de Alvalade (13 pontos em 15 possíveis).
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