O bom desempenho das áreas das telecomunicações e centros comerciais continua a marcar os resultados da Sonae até Setembro, com fonte oficial do grupo a destacar o crescimento das vendas e rentabilidade e a subida de quase 50% do lucro.
“Estamos muito satisfeitos com a performance evidenciada pela NOS, é assinalável que apresente crescimentos significativos no volume de negócios quando o mercado está em queda”, disse à agência Lusa fonte oficial do grupo da Maia, no âmbito da apresentação dos resultados dos primeiros nove meses de 2015.
Adicionalmente, destacou a “excelente performance” da Sonae Sierra, área de negócio de centros comerciais, cujas taxas de ocupação e rendas recebidas “evidenciaram sinais muito positivos quer em Portugal, quer fora de Portugal” e cujos resultados “só não foram ainda melhores devido ao impacto de consolidação dos resultados do Brasil, em que a desvalorização do real perturbou a leitura da melhoria operacional que também ali aconteceu”.
À Lusa, a fonte oficial da Sonae referiu ainda o “esforço de investimento” efectuado pelo grupo no actual contexto económico, nomeadamente na área do retalho, onde aumentou 29,5%.
“Nos primeiros nove meses do ano a Sonae investiu 158 milhões de euros nos negócios de retalho e, apesar deste esforço de investimento, houve uma redução na dívida em 102 milhões de euros, o que significa que a empresa tem um balanço cada vez mais robusto, mantendo a tendência de redução de dívida”, disse.
Segundo a fonte, este “esforço de investimento é para manter até final do ano”, estando prevista a abertura, no último trimestre de 2015, de mais de uma dezena de lojas considerando todos os formatos de retalho.
Ainda na área do retalho, a fonte considerou que quer o segmento alimentar, quer o não alimentar “continuam com muito boas performances em Portugal ao nível das vendas e da rentabilidade”, notando ainda que a Sonae MC, “quer através das suas lojas próprias, quer através dos franquiados, ultrapassou no período as 700 lojas”, o que representa a duplicação do número de unidades num período de seis anos.
Quanto às vendas online, voltaram a crescer no período, cerca de 13% na área alimentar e de 60% no retalho especializado (não alimentar), “traduzindo um comportamento dos consumidores de maior adesão a estes formatos modernos de retalho, com uma presença física acoplada a uma presença online”.
Relativamente ao futuro, a Sonae diz manter uma “perspectiva de prudência optimista” quanto ao comportamento da economia nacional, comentando relativamente à actual situação política que “o que abala a previsibilidade, a estabilidade e a confiança é inimigo da economia e da recuperação económica”.
“A situação económica do país melhorou, mas está longe de se poder considerar muito positiva. Não chegou ainda o tempo de podermos dizer que não estamos preocupados com a economia”, afirmou a fonte.
O grupo Sonae anunciou hoje uma subida de 49,9% do lucro líquido até Setembro, para 146 milhões de euros, traduzindo o “forte desempenho operacional” da NOS, a actividade da Sonae Sierra, Sonae RP e retalho e a internacionalização crescente.
De Julho a Setembro, o volume de negócios da Sonae praticamente estabilizou, evoluindo 0,8% para 3.639 milhões de euros, “beneficiando do desempenho de todos os negócios, à excepção da Sonae RP [‘Retail Properties’], devido à recente redução de ‘freehold’”.
Lusa
