Durante as alegações finais, no Tribunal São João Novo, no Porto, a procuradora do MP realçou que as imagens da discoteca, que fazem parte do processo, “retratam bem" a violência exercida por alguns seguranças sobre os clientes, fazendo referência ao ditado “uma imagem vale mais do que mil palavras”.
Os nove suspeitos, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos e que estão acusados de ofensa à integridade física agravada, não quiseram prestar declarações na primeira audiência de julgamento, a 16 de Março o de 2015.
“Os arguidos actuavam determinados pelo prazer de bater e de causar sofrimento aos ofendidos, agredindo-os gratuitamente, para sua própria satisfação e como mera demonstração de poder e de força”, refere a acusação.
De acordo com o relato do MP, um cliente foi agredido por estar a cantar alto na pista de dança e outro por ter afastado o tabuleiro do balcão do bar, por exemplo.
Outra das vítimas foi arrastada pelo cabelo até uma paragem de autocarros e, aí, abandonada, ainda segundo a descrição do texto acusatório.
Os presumíveis agressores actuavam sozinhos ou em grupo, tanto no interior como no exterior da discoteca.
Algumas das 46 pessoas agredidas, entre homens e mulheres, ficaram inconscientes e tiveram de receber tratamento hospitalar dado a gravidade das lesões, tendo mesmo sido operadas, afirma o MP.
“Tais comportamentos criam grande insegurança em todos aqueles que frequentam a noite na cidade do Porto, sendo um facto de enorme alarme social, principalmente porque a conduta criminosa é levada a cabo por indivíduos que têm por funções a manutenção da segurança desse tipo de espaços”, frisa a acusação.
Os seguranças privados foram suspensos da sua actividade profissional, proibidos de comunicar entre si e frequentar e permanecer junto a discotecas.
A leitura do acórdão está agendada para 11 de Novembro, às 14:00.
Lusa