A crise de resultados começa em Kiev, com aquele 0-0.Segue-se a derrota com oWest Ham, a eliminação da Taça da Liga emStoke (nos penáltis) e o embaraçoso 3-1 do Liverpool em Stamford Bridge. O clima é assim para o chato, Mourinho é o alvo. Se o é quando ganha, imagine-se na situação inversa.
Dos 23 jogadores do Chelsea, só dois não estão em condições de jogar com o Dínamo. O próprio treinador português confirma-o em absoluto. “À excepção de Ivanovic e Falcao, tenho toda a gente à minha disposição. Isso facilita-me o meu trabalho.E também me dificulta. Tenho de escolher 11 de um grande naipe de jogadores formidáveis e em forma. Sou um sortudo. O dia em que não me ache isso, não sei o que estou a fazer aqui no futebol.” Antes de entrar para o relvado, é esse o espírito do Chelsea.
Vai daí, Mourinho aposta em Begovic, Azpilicueta, Zouma, Terry, Baba Raman, Ramires, Matic, Willian, Fabregas, Oscar, Diego Costa. Então, novidades? Cahill no banco significa Baba para a esquerda e Zouma no centro. No meio-campo, Obi Mikel cede o lugar a Matic. No banco, Hazard. Uyyyyyy. No outro banco, Miguel Veloso. Oohhhhhh. No onze do Dínamo,Antunes é o confirmadíssimo lateral-esquerdo.
O árbitro apita e off we go.Começa bem o Chelsea, ao ataque. Shovkovsky está atento e defende isto mais aquilo sem aparato. De repente, ouvem-se cânticos de Mourinho. Are you listening, Roman? Pausa. Play. Aos 34 minutos, Fábregas liberta Willian na direita. O brasileiro corre e cruza ao primeiro poste, onde só está Dragovic. O número 6 doDínamo, com um cabelo dourado à Bruce Willis no “Chacal”, mergulha para a bola e dá-lhe bem. Tão bem que é autogolo. Ao intervalo, 1-0.
Quizz: qual a última vez que Mourinho ganha 1-0 com autogolo? Outubro de 2006, em Reading. É um jogo do arco da velha. Cech lesiona-se aos dois minutos, num choque com Stephen Hunt, e sai de ambulância (nunca mais será o mesmo). Entra Carlo Cudicini. Ironia das ironias, o italiano também se lesiona, a meias com Sonko. Sem direito a mais substituições, o capitão Jonh Terry assume as despesas na baliza, com a camisola 40 de Hilário.Quem decide o jogo? Um tal de Ingimarsson, aos 45’.
Aqui, neste caso, o drama não se adensa. A culpa é de Begovic. O guarda-redes sai-se tão mal da baliza que permite o empate de Dragovic. Bis do Bruce Willis, um-um em Londres. Faltam 12 minutos. Entram Hazard e Pedro. O espanhol não se vê, o belga mostra-se de imediato com uma dança esquisita à frente de Rybalka. É vítima de atropelamento. Livre. E é directo. Marca-o Willian. Espectáculo.A bola voa, passa a barreira e entra. clap, clap, clap, é de aplaudir.Sem medos. Dois-um para o Chelsea. Que momento para Willian.E também para Mourinho.