Mou – um lider à deriva!


Começo por dizer que não faço a mínima ideia se Mou vai ou não ser despedido em função deste desastroso começo de época. Não gostaria que o fosse, acho mesmo que seria muito injusto.


© Andy Rain/EPA

 Mas há muito que quando um treinador não tem resultados minimamente condignos que a solução óbvia e mais barata é despedir o treinador. Raros são os gestores desportivos que procuram ver as causas dos problemas e dissecando os mesmos procurar resolvê-los. Fácil mesmo é despedir, sobretudo quando há dinheiro a rodos, mesmo a quem tem pergaminhos que o clube se pode orgulhar, como é o caso do Chelsea e Mou. Ambos devem muito um ao outro, mas hoje são um par imperfeito e conflituoso.

Os castigos em Inglaterra a Mou sucedem-se, causados por destemperos próprios de uma deriva de quem se sente impotente para inverter o rumo dos acontecimentos ou percebe que alguém ou muitos lhe estão a “fazer a cama”.

Creio que é disto que se trata. A equipa está bloqueada e não desenvolve. Alguns, mais benévolos, acreditam existir um bloqueio mental de jogadores que embora experientes, perante a sucessão de desaires ficam incapazes de mentalmente reagir mesmo que os acontecimentos lhes corram de feição como contra o Liverpool com um golo aos 4m de Ramires. Outros acreditam que o problema pode ser mais grave, existindo na imprensa diversos rumores de boicote – existindo mesmo um jogador conceituado que afirma que “prefere perder a ganhar com Mou”.

Mou sente-se a ser boicotado! Sabe de certeza quem o faz como soube muito bem em Madrid – entre jornalistas e o balneário. Nunca irá falar mas nunca vai esquecer.

Chegados a este ponto, Mou poderia tentar corrigir algo, se é que ainda há tempo – acho que já o fez ao aceitar o ultimo castigo do jogo com West Ham, ficando calado. De facto, um Homem é dono dos seus silêncios e escravo das suas palavras! Ao tanto falar, queimou-se num país que não é amigo (ao contrário do que ele pensava!) e apenas tolera os estrangeiros quando respeitam os seus costumes e trazem valor acrescentado. A ganhar, Mou trouxe isso tudo e deu a dobrar o que lhe deram. Mas a perder, Mou perdeu-se no seu temperamento latino e justiceiro, sabendo que tem razão mas não se sabendo calar para jogar os trunfos no momento certo. 

Um tema final – ganhou muito no passado e no ano passado. Com óptimos jogadores, com planteis ricos como o deste ano. Sempre com pilares de cabine a sustentar cegamente o seu líder. Mas este ano tem isso? Não percebeu que na segunda metade da época passada já muitos pontos tinha perdido? Não tirou lições nem ilações? Não percebeu que tinha muito que mudar na cabina para manter a chama de jogadores quererem ganhar? Só tem uma explicação – é um líder amigo dos seus jogadores que protege sempre mesmo quando não merecem.

Mas faz bem porque quem o faz são sempre as pessoas que têm caracter e liderança. Vão longe os seus tempos de juventude – hoje, como líder maduro, neste aspecto está a ser exemplar. Mas a sua juventude continua nele, nas zangas constantes com tudo e todos em momentos adversos, esquecendo que a valentia se pode confundir com a bravata, sobretudo num país que lhe é estranho e não tolera comportamentos diferentes como estes com que constantemente o castigam. Há claros problemas no balneário, mentais ou intencionais, e terão de ser resolvidos se ainda for a tempo.

Existindo revolta, os seus lideres podem ser úteis se as razões que lhes assistem forem corrigidas e Mou, como líder, tem de liderar o processo, integrando os revoltosos uteis e purgando os perniciosos porque os grupos se fazem de uniões! Conseguido isto, o resto acontece, os bloqueios desaparecem, as vitórias regressam e a deriva volta a ser a bolina!

Mou – um lider à deriva!


Começo por dizer que não faço a mínima ideia se Mou vai ou não ser despedido em função deste desastroso começo de época. Não gostaria que o fosse, acho mesmo que seria muito injusto.


© Andy Rain/EPA

 Mas há muito que quando um treinador não tem resultados minimamente condignos que a solução óbvia e mais barata é despedir o treinador. Raros são os gestores desportivos que procuram ver as causas dos problemas e dissecando os mesmos procurar resolvê-los. Fácil mesmo é despedir, sobretudo quando há dinheiro a rodos, mesmo a quem tem pergaminhos que o clube se pode orgulhar, como é o caso do Chelsea e Mou. Ambos devem muito um ao outro, mas hoje são um par imperfeito e conflituoso.

Os castigos em Inglaterra a Mou sucedem-se, causados por destemperos próprios de uma deriva de quem se sente impotente para inverter o rumo dos acontecimentos ou percebe que alguém ou muitos lhe estão a “fazer a cama”.

Creio que é disto que se trata. A equipa está bloqueada e não desenvolve. Alguns, mais benévolos, acreditam existir um bloqueio mental de jogadores que embora experientes, perante a sucessão de desaires ficam incapazes de mentalmente reagir mesmo que os acontecimentos lhes corram de feição como contra o Liverpool com um golo aos 4m de Ramires. Outros acreditam que o problema pode ser mais grave, existindo na imprensa diversos rumores de boicote – existindo mesmo um jogador conceituado que afirma que “prefere perder a ganhar com Mou”.

Mou sente-se a ser boicotado! Sabe de certeza quem o faz como soube muito bem em Madrid – entre jornalistas e o balneário. Nunca irá falar mas nunca vai esquecer.

Chegados a este ponto, Mou poderia tentar corrigir algo, se é que ainda há tempo – acho que já o fez ao aceitar o ultimo castigo do jogo com West Ham, ficando calado. De facto, um Homem é dono dos seus silêncios e escravo das suas palavras! Ao tanto falar, queimou-se num país que não é amigo (ao contrário do que ele pensava!) e apenas tolera os estrangeiros quando respeitam os seus costumes e trazem valor acrescentado. A ganhar, Mou trouxe isso tudo e deu a dobrar o que lhe deram. Mas a perder, Mou perdeu-se no seu temperamento latino e justiceiro, sabendo que tem razão mas não se sabendo calar para jogar os trunfos no momento certo. 

Um tema final – ganhou muito no passado e no ano passado. Com óptimos jogadores, com planteis ricos como o deste ano. Sempre com pilares de cabine a sustentar cegamente o seu líder. Mas este ano tem isso? Não percebeu que na segunda metade da época passada já muitos pontos tinha perdido? Não tirou lições nem ilações? Não percebeu que tinha muito que mudar na cabina para manter a chama de jogadores quererem ganhar? Só tem uma explicação – é um líder amigo dos seus jogadores que protege sempre mesmo quando não merecem.

Mas faz bem porque quem o faz são sempre as pessoas que têm caracter e liderança. Vão longe os seus tempos de juventude – hoje, como líder maduro, neste aspecto está a ser exemplar. Mas a sua juventude continua nele, nas zangas constantes com tudo e todos em momentos adversos, esquecendo que a valentia se pode confundir com a bravata, sobretudo num país que lhe é estranho e não tolera comportamentos diferentes como estes com que constantemente o castigam. Há claros problemas no balneário, mentais ou intencionais, e terão de ser resolvidos se ainda for a tempo.

Existindo revolta, os seus lideres podem ser úteis se as razões que lhes assistem forem corrigidas e Mou, como líder, tem de liderar o processo, integrando os revoltosos uteis e purgando os perniciosos porque os grupos se fazem de uniões! Conseguido isto, o resto acontece, os bloqueios desaparecem, as vitórias regressam e a deriva volta a ser a bolina!