O lucro líquido da Sonae aumentou 49,9% até Setembro, para 146 milhões de euros, traduzindo o “forte desempenho operacional” da NOS, a actividade da Sonae Sierra, Sonae RP e retalho e a internacionalização crescente, anunciou esta quinta-feira o grupo.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o co-presidente executivo da Sonae, Ângelo Paupério, destaca que, “no 3.º trimestre, a evolução da actividade económica nos principais mercados foi claramente diferenciada, mantendo-se tímida em Portugal, mais sólida em Espanha e sob grande pressão no Brasil”.
De Julho a Setembro, o volume de negócios da Sonae praticamente estabilizou, evoluindo 0,8% para 3.639 milhões de euros, “beneficiando do desempenho de todos os negócios, à excepção da Sonae RP [‘Retail Properties’], devido à recente redução de ‘freehold’”.
Já o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) somou 292 milhões de euros, com margem de 8%, e o ‘underlying’ EBITDA (EBITDA directo – efeito do método de equivalência patrimonial) atingiu 226 milhões de euros.
No período, o resultado directo cresceu 10,4%, para 102 milhões de euros, e o resultado indirecto atingiu os 44 milhões de euros (contra os cinco milhões do período homólogo), tendo esta melhoria sido “maioritariamente suportada pelos movimentos ‘non-cash’ relacionados com a avaliação dos activos da Sonae Sierra realizada em Junho de 2015, assim como pelo efeito ‘mark to market’ da NOS”.
Como resultado, o resultado líquido atribuível a accionistas aumentou de 95 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014 para 142 milhões de euros no mesmo período de 2015, “traduzindo o forte desempenho operacional da NOS e a qualidade dos activos da Sonae Sierra e da Sonae RP, bem como o esforço do retalho para oferecer a melhor proposta de valor e a aposta na internacionalização crescente dos seus negócios”, lê-se no comunicado.
No retalho alimentar, o volume de negócios foi de 2.549 milhões de euros até Setembro, um aumento homólogo de 0,5%, afirmando-se a Sonae MC “focada na expansão criteriosa da sua rede de lojas, em localizações específicas de acordo com estudos de mercado, e especialmente através de lojas de conveniência”.
Desde o final de 2014, a facturação beneficiou da abertura de cinco novas lojas 'Continente Bom Dia' e um 'Continente Modelo', assistindo-se à expansão dos formatos ‘capital light’, com o número de lojas 'Meu Super' a aumentar para 183 e as respectivas vendas a subirem 6,1% no universo comparável de lojas.
Quanto às vendas ‘online’ no retalho alimentar, mantiveram a tendência de crescimento e aumentaram 13% no período.
Já no retalho especializado, o volume de negócios aumentou 0,4% até Setembro, para 917 milhões de euros, tendo a unidade Internacional aumentado a facturação em 7%, “motivada pelo desempenho positivo das divisões de electrónica e desporto em Espanha”.
Na Sonae IM, unidade de Gestão de Investimentos, o volume de negócios aumentou 0,5% para 187 milhões de euros, enquanto nos centros comerciais o resultado directo da Sonae Sierra aumentou 17,6%, para 42 milhões de euros, e nas telecomunicações as receitas operacionais da NOS aumentaram 3,7%, para 1.068 milhões de euros, “reflectindo o forte desempenho operacional no período”.
Nos primeiros nove meses do ano, a dívida líquida total da Sonae diminuiu 102 milhões de euros em termos homólogos, para 1.312 milhões, “devido unicamente ao menor nível de dívida das unidades de retalho”, informando a empresa ter já asseguradas “todas as necessidades de refinanciamento previstas para 2016”.
No período, o investimento das unidades de retalho da Sonae (Sonae MC, Sonae SR e Sonae RP) aumentou 29,5%, somando 158 milhões de euros.
Lusa