O Município de Ílhavo está a ajudar famílias em dificuldades a pagar os empréstimos bancários contraídos para a compra de casa, disse à Lusa Paulo Costa, vereador da Acção Social.
“Tal como já fazíamos com a renda de casa, decidimos também apoiar o empréstimo à habitação e essa é uma inovação que introduzimos no regulamento do Fundo Municipal de Apoio a Famílias e Indivíduos Carenciados, criado há alguns anos e que reúne um conjunto de apoios sociais”, explicou o autarca.
O apoio concedido consiste em ser o Município a suportar temporariamente uma percentagem da mensalidade que as famílias já não conseguem pagar ao banco, devido a uma quebra comprovada de rendimentos, nomeadamente em situações de desemprego.
“Em Portugal há muito a mania de que quem tem casa é rico e não é bem assim. A verdade é que há muita gente que não está a conseguir pagar os empréstimos à habitação. Há pessoas que têm património, mas hoje em dia, infelizmente, se venderem a sua casa, o valor não dá sequer para pagar o empréstimo e o que estamos a fazer é uma medida inovadora para ajudar essas famílias que atravessam dificuldades”, justificou.
Segundo o vereador, o Município presta esse apoio se a família preencher determinados requisitos, nomeadamente em termos de rendimento, financiando uma percentagem da prestação a pagar, que pode ir até cerca de metade do valor.
“Primeiro a pessoa vem ao atendimento social integrado, onde é feito o primeiro atendimento e é-lhe atribuída uma IPSS que depois trata de todo o processo. Há depois um boletim de candidatura e vamos verificar a veracidade da informação quanto aos rendimentos do último ano. Se não for superior a determinado valor, poderá ser apoiada financeiramente”, descreve.
Paulo Costa garante que a autarquia criou mecanismos para se proteger de aproveitamentos fraudulentos e todos os processos são escrutinados, já que, para além da prova documental, são feitas visitas domiciliárias e é feito um relatório social.
“O apoio é prestado por alguns meses e, findo esse período inicial, é reavaliado. Analisamos se a situação da família está ou não igual, se a situação de carência continua, e na altura da renovação tomamos uma de três decisões: baixar a percentagem do apoio se a família já não precisar tanto, manter o apoio e renovar, ou fazer cessar esse apoio se se verificar que a família já está em condições de poder honrar o seu compromisso com a banca”, explicou.
Lusa