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Quando começou esta investigação?
Começou há cerca de dois anos e meio e abrange os que vieram de Angola e Moçambique e os seus descendentes. Temos casos, como o do próprio Bruno Góis, em que eu estudo a família dele e ele ao mesmo tempo estuda a família dele comigo.
Quantas entrevistas realizou?
Foram 45 entrevistas gravadas, centenas de entrevistas não gravadas, que não conto, porque vou aos encontros dos retornados e converso informalmente com as pessoas.
Como encontrou as pessoas que entrevistou?
Varia, comecei por Santarém, através do Bruno, e a partir daí foram sugerindo outros contactos. Ou com o senhor do café, que me dá a indicação de outros e de outros. É um processo bola de neve. É uma amostra de 500 mil pessoas recenseadas que foi surgindo assim.
O que procurou retratar com esta exposição?
A minha proposta com esta exposição foi sempre não trazer um desfecho, mas pontos de vista muito diversos e convidar ao debate, à audição destes trechos que foram gravados. Há agora a oportunidade de fazer, passados 40 anos, um debate público amplo e plural, acerca deste e de outros temas, como a escravatura. Comemoremos o que há para comemorar do império, faz parte da nossa história, mas tornemo-lo mais problemático. Vamos, com maturidade e cidadania, discutir esses temas.