Nomes que geram confusão, aditivos não especificados e o teor de carne não identificado são algumas das situações relatadas num relatório do BEUC, que denunciou, por exemplo, que os consumidores estão a comprar carne injectada com água, carne picada com sulfitos e frango “disfarçado” de bovino em ‘kebabs’.
A indústria alimentar europeia tem estado sob escrutínio público desde que em 2013 foram descobertos vestígios de carne de cavalo em produtos de carne de vaca, como hambúrgueres, lasanhas ou almôndegas. A descoberta levou à retirada de milhões de produtos das prateleiras dos supermercados.
“Se estamos empenhados na reconstrução da confiança na carne, os Estados-membros da UE precisam de reforçar os controlos e de certificarem-se que os rótulos são completos e exactos”, afirmou Monique Goyens, directora do BEUC, num comunicado.
“Os consumidores que compram carne de porco assada ou salsichas grelhadas devem saber através do rótulo quanta carne estes produtos contêm. Ninguém quer comprar água pelo preço de carne”, disse a representante.
No documento, o BEUC afirmou que nos últimos meses têm existido casos frequentes em que os rótulos não fornecem a quantidade de água adicionada ou declaram a percentagem de carne existente no produto.
Ao nível das recomendações, o gabinete defende controlos mais frequentes por parte das autoridades da UE, bem como instou Bruxelas a dar prioridade aos esforços de combate à fraude alimentar.
Este relatório é divulgado um dia depois de um estudo promovido por activistas ter denunciado que um terço do peixe servido nos restaurantes em Bruxelas – incluindo nas próprias cantinas da UE -, é muitas vezes a versão mais barata do produto exibido no menu.
Lusa