TAP. MP confirma que Fernando Pinto foi ouvido pela PJ

TAP. MP confirma que Fernando Pinto foi ouvido pela PJ


 Fernando Pinto, foi ouvido num processo que resulta de uma denúncia anónima relativa à privatização da Groundforce.


O Ministério Público confirmou esta quarta-feira que o presidente da TAP, Fernando Pinto, foi ouvido terça-feira na qualidade de testemunha no âmbito de um inquérito que decorre no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

Numa nota de resposta enviada à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirmou a audição de Fernando Pinto “ao abrigo do disposto no art. 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal”, numa investigação delegada à Polícia Judiciária, esclarecendo que a mesma se encontra "em Segredo de Justiça".

O presidente da TAP, Fernando Pinto, foi ouvido terça-feira pela Polícia Judiciária num processo em causa que resulta de uma denúncia anónima relativa à privatização da Groundforce, empresa de assistência nos aeroportos (‘handling’), que foi concluída em 2012.

A 5 de Dezembro de 2011, o grupo Urbanos chegou a um acordo de princípio com a TAP para a compra de 50,1% do capital da Groundforce. No mês seguinte, a privatização recebeu luz verde da Autoridade da Concorrência e em Junho de 2012 da Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia.

De acordo com o jornal Público de hoje, estará em causa o facto do grupo Urbanos não ter alegadamente pago os montantes a que se comprometeu no âmbito da compra da Groundforce. Na base, revela o diário, estão dúvidas sobre o pagamento de uma entrada inicial de três milhões de euros que estava pendente da atribuição das licenças de exploração de serviços de ‘handling’ à Groundforce.

Segundo o Público, outra questão diz respeito aos descontos que a Groundforce deveria garantir à TAP pelos serviços de assistência nos aeroportos, uma prestação pela qual a transportadora paga uma factura anual na ordem dos cem milhões de euros e que, com o acordo de venda formalizado com a Urbanos em Junho de 2012, teria direito a descontos de 5%, em dois anos.

A Groundforce é actualmente detida por 49,9% pela transportadora aérea, estando a maioria do capital nas mãos do grupo português Urbanos.

Trata-se da segunda vez que Fernando Pinto é ouvido pelas autoridades, depois de uma primeira vez em 2014, devido a dossiers relacionados com a gestão da empresa, depois de terem sido realizadas buscas nas instalações da companhia de aviação em meados de 2013, igualmente depois de ter chegado uma denúncia anónima à PJ.

Lusa