Divulgando que já enviou a carta à APA em que solicita a avaliação da situação, a associação ambientalista Quercus sustenta que, “ao contrário do que o relatório e contas da empresa ERSUC relativo a 2014 refere, tudo indica que em vez de ter enviado 25% dos seus resíduos para aterro (…) terá enviado cerca de 50% dos resíduos para este destino”.
A Quercus chegou a essa conclusão, conforme refere em comunicado, “com base na comparação entre o desempenho das unidades de tratamento mecânico e biológico (TMB) da ERSUC e outras semelhantes” existentes no país.
“Através dessa análise é possível verificar que as unidades da ERSUC, ao contrário do que diz o seu relatório anual, não reciclaram todos os resíduos orgânicos produzidos, sendo que cerca de 60% desses resíduos terão sido enviados para aterro em vez de serem reciclados naquelas unidades”, sustenta.
Para a Quercus, “a baixa produção de composto e de biogás nas unidades da ERSUC, em 2014, leva a concluir que grande parte dos resíduos orgânicos que compõem os resíduos urbanos, em vez de sofrerem um tratamento biológico, serem transformados em biogás (energia renovável) e composto (fertilizante), acabaram por ser colocados em aterro”.
Aquele grupo ambientalista considera que os problemas de cheiros que se verificaram no aterro de Vil de Matos, em Coimbra, e as “muitas centenas de gaivotas” existentes no aterro de Eirol, em Aveiro, “são prova evidente de que demasiados resíduos orgânicos estarão a ser descarregados nesses aterros”.
A agência Lusa contactou a ERSUC, aguardando esclarecimentos da empresa sobre o assunto.
Lusa