MPLA crítica “pressão” estrangeira sobre autoridades angolanas no caso dos activistas detidos

MPLA crítica “pressão” estrangeira sobre autoridades angolanas no caso dos activistas detidos


Um grupo de 15 jovens foi detido em Luanda e acusados formalmente por prepararem uma rebelião e um atentado.


O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) criticou esta quarta-feira a "pressão" estrangeira sobre as autoridades angolanas no caso dos 15 activistas detidos desde Junho, dizendo que é tempo de "cerrar fileiras" em torno do Presidente angolano.

A posição surge num comunicado do 'bureau' político do Comité Central do MPLA, após reunião realizada terça-feira, orientada pelo líder do partido e Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que o documento refere ser um dos visados da "atitude de pressão" de "círculos nacionais e internacionais" para libertação de "cidadãos formalmente acusados de actos preparatórios de rebelião, com o objectivo de derrubar, de uma forma anticonstitucional, o Governo legitimamente constituído em Angola".

Em causa está um grupo de 15 jovens detidos desde Junho, em Luanda, e acusados formalmente, em Setembro passado, de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente, processo com início de julgamento agendado para 16 de Novembro e que envolve mais duas arguidas em liberdade provisória.

O Governo angolano tem estado sob forte pressão internacional, com vigílias, manifestações e apelos públicos às autoridades e directamente ao Presidente José Eduardo dos Santos para a libertação destes elementos, caso agravado depois de um dos detidos, o 'rapper' luso-angolano Luaty Beirão, ter realizado uma greve de fome que terminou na semana passada, ao fim de 36 dias.

Na posição do órgão político do MPLA é recordado que Angola é um Estado independente e soberano, que "compete somente aos tribunais" administrar a Justiça "em nome do povo e sem prejuízo do princípio da presunção de inocência" e reafirma a defesa da "aplicação da separação de poderes".

Realça ainda a "total confiança" na "independência e imparcialidade do poder judicial do país, certo de que este não se deixará influenciar por qualquer mecanismo de pressão", e no Presidente angolano.

"O 'bureau' político do Comité Central do MPLA reitera o seu incondicional apoio ao chefe de Estado e titular do poder executivo, Presidente José Eduardo dos Santos, pelo sentido de Estado e pela forma dedicada e serena como tem conduzido os destinos do país", refere o comunicado divulgado pelos órgãos estatais após a reunião.

Acrescenta que estas "pressões" estrangeiras sobre as autoridades angolanas "não são uma novidade", exortando o povo a seguir "firme e vigilante", mas também pedindo que "cerre fileiras" em torno do MPLA e do seu líder.

Lusa