“As Sufragistas”. A luta é a arma que leva ao voto

“As Sufragistas”. A luta é a arma que leva ao voto


Baseado em factos reais, o filme, que se estreia amanhã nas salas de cinema, mostra os primeiros movimentos femininos do início do século xx na Grã-Bretanha e a luta pelo direito ao voto. Nesta história colectiva, que agora é levada ao grande ecrã pela realizadora Sarah Gravon, destacamos três personagens inspiradoras.


HELENA BONHAM CARTER

A actriz construiu a sua personagem a partir da sufragista Edith Garrud, segundo revelou à revista “Interview”. Foi por isso que Bonham Carter quis que ela tivesse o mesmo nome, Edith, numa espécie de homenagem à figura real. Entre outras coisas, Garrud ficou conhecida pelo domínio das artes marciais, às quais recorria, nas manifestações, para se proteger a si e às companheiras de luta de situações de agressões e assédio por parte da polícia ou de populares.  É referido que também organizou uma espécie de guarda pessoal para Emmeline Pankhurst e outras líderes do movimento. Com pena nossa, o filme não mostra muito esse lado jiu-jitsu, mas a actriz garante que o espírito combativo de Garrud está bem presente. 

CAREY MULLIGAN

Há dez anos entrou no filme “Orgulho e Preconceito” ao lado de Keira Knightley, com um papel bem distante daquele a que dá vida neste filme. Maud Watts, personagem central desta história, operária numa lavandaria, é inspirada em Hannah Webster Mitchell, que na altura – entre os finais do século xix e o início do século xx – desempenhou um papel importante na luta pelo voto das mulheres da classe operária. Oriunda de uma família pobre, tal como a mulher que lhe serve de inspiração, Watts desperta para o movimento quando reconhece uma colega de trabalho num dos protestos das sufragistas. O filme mostra a luta pessoal de Watts, a começar nas desigualdades de que é alvo, até aderir ao movimento. 

MERYL STREEP

Tal como aconteceu em a “A Dama de Ferro”, ainda que longe do protagonismo que teve nesse filme, Meryl Streep interpreta uma figura histórica: Emmeline Pankhurst, líder do movimento pelo sufrágio feminino e fundadora da WSPU (Women’s Social and Political Union). Destacou-se pela actividade de militância que conseguiu criar atraindo outras mulheres para a sua causa e pelas manifestações que organizou. Esteve presa 13 vezes, fez greve de fome, foi libertada para ser perseguida de novo pelas autoridades. O contributo que as mulheres deram durante a Primeira Guerra Mundial permitiu a conquista do direito limitado ao voto, em 1918. Pankhurst morreu um mês antes de o ver alargado e equiparado ao dos homens, a 2 de Julho de 1928.