O Movimento Compromisso Democrático, criado há uma semana, entregou ontem na Assembleia da República (AR) um manifesto que conta já com mais de duas mil assinaturas, num gesto simbólico, apelando a uma solução governativa que envolva um acordo entre a coligação e o PS.
“Somos cidadãos preocupados com este clima de crispação que se vive actualmente, e que querem trazer à rua esta maioria silenciosa que votou nas últimas eleições para esta solução”, diz ao i Salvador Cabral, advogado de 30 anos, um das 11 pessoas que iniciaram este movimento e têm entre 20 e 30 anos. Deste grupo fazem parte cientistas, advogados, gestores que ontem receberam“feedback positivo” dos três partidos do arco da governação e que agora ficarão à espera que esse entendimento seja alcançado, algo ainda possível para Salvador.“Se não achássemos que fosse possível, não sairíamos do trabalho às oito da noite para depois nos reunirmos até às duas da manhã”, conta o advogado.
Mas se Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e António Costachegarem, como tudo indica, a acordo depois de aprovada a anunciada moção de rejeição do governo de coligação liderado porPassos Coelho, o movimento não terá nada contra. “Não existe nada de ilegal ou inconstitucional numa solução de governo à esquerda, e nós não temos nada contra isso, só que consideramos que o eleitorado (70%) não quer essa solução”, argumenta.
Depois desta ida à AR, o movimento, que “é circunstancial e não pretende transformar-se num partido político”, agendou para amanhã um cordão humano que seguirá até às sedes doPS (Largo do Rato), doPSD (São Caetanoà Lapa) e doCDS (Largo Adelino Amaro da Costa).
