Pasolini. Seis filmes


Não estão nesta nova caixa (em DVDe Blu Ray) nem todos os filmes nem alguns dos que habitualmente aparecem como “aqueles que tem mesmo de ver de Pasolini”, “Accattone”, “Mamma Roma” ou “O Evangelho segundo S. Mateus”. Para esta edição especial, o British Film Institute teve como critério o escândalo, arte bem dominada pelo realizador italiano.


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1. Teorema

1968 Terence Stamp é o actor que faz de “visitante”, um anónimo que aparece no meio de uma família da classe média de Milão para seduzir todos os habitantes da casa – empregada incluída. Depois de encontros que misturam sexo com iluminação espiritual, o visitante vai-se embora deixando cada um dos que ficam entregues à respectiva tragédia. 

 

2. Medeia

1969 Adaptação da tragédia de Eurípides com Maria Callas no papel principal, o da vingativa feiticeira que mata os próprios filhos, fora todos os outros que limpa pelo caminho. Foi o único papel de Callas no cinema, em que contracena com Giuseppe Gentile (como Jasão), campeão olímpico de triplo salto. Pasolini trabalha sobre a história original mas também apresenta as usuais alternativas para a narrativa.

3. Decameron

1971 É este o filme que inaugura a Trilogia da Vida (fica completa com os dois filmes seguintes desta caixa). Em “Decameron”, Pasolini adapta nove histórias que fazem parte do livro com o mesmo título do italiano Giovanni Boccaccio e publicado originalmente no século xiv. Os contos escolhidos por Pasolini (e levados à tela sempre no dialecto napolitano) servem de exemplo para a totalidade do livro, entre o sarcasmo, o humor e a crítica.Sexo, violência e bizarro misturam--se, tal como críticas religiosas e sociais. “Decameron” ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, prémio extraordinário do júri.

4. Os Contos de Canterbury

1972 Segue o princípio que orientou “Decameron” e é o segundo capítulo da Trilogia da Vida. O autor escolhido por Pasolini desta vez é Geoffrey Chaucer, que escreveu um conjunto de histórias em verso na Inglaterra medieval do século xiv. A visão artística do italiano das histórias de promiscuidade entre nobres, camponeses, figuras religiosas e demónios. Urso de Ouro em Berlim.

 

5. As Mil e uma Noites

1974 O fim da trilogia é feito a partir do clássico da literatura do Médio Oriente. Nur Ed Din parte em busca da escrava que lhe conquistou o coração, Zumurrud, raptada mas entretanto em fuga. Ela alcança uma terra distante, disfarça-se de homem e é tida como um rei. O desespero do apaixonado e a perdição sexual da fugitiva vão construindo a narrativa. Grande Prémio do Júri em Cannes.

6. Salò ou os 120 dias de sodoma

1975 O último filme de Pasolini, controverso até hoje (e ainda difícil de encontrar em qualquer formato em alguns países). Segue quatro fascistas que raptam 18 adolescentes, nove raparigas e outros tantos rapazes, para os submeterem a actos de violência e tortura, psicológica e sexual, durante 120 dias.