O presidente do BCP afirmou esta segunda-feira não ser "boa ideia" que seja o Fundo de Resolução a capitalizar o Novo Banco caso a instituição necessite de injecção de capital ditada pelo Banco Central Europeu.
Nuno Amado, que falava na apresentação de resultados do banco no terceiro trimestre do ano, disse não crer que "seja boa ideia ser o Fundo de Resolução a capitalizar o Novo Banco", acrescentando que a instituição liderada por Stock da Cunha "precisa de um processo de reestruturação para ser mais leve, como os outros bancos fizeram", considerando ser este "o único caminho possível".
Para o presidente do BCP, o Novo Banco "não é um tema irrelevante" mas "essencial" para a consolidação do sistema financeiro português e defendeu que o caminho de equilíbrio financeiro terá de ser feito através "de uma restruturação" e "com menos necessidade de capital".
Nuno Amado considerou ainda a contratação do ex-secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, para liderar o Fundo de Resolução e que tem a incumbência de vender o Novo Banco, como uma personalidade "qualificada para a função", pois "tem conhecimento da banca de investimento" e sabe "os mecanismos da Direcção-geral da Concorrência europeia".
O resultado líquido do BCP atingiu 264,5 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, um valor que compara com o prejuízo de 109,5 milhões de euros, apurado no período homólogo de 2014, revelou hoje Nuno Amado.
"Continuámos uma recuperação sustentada do resultado ‘core', isto é, sem extraordinários, sendo de salientar o contributo positivo da actividade em Portugal, algo que já não acontecia há vários anos", salientou o presidente do BCP.
Lusa