O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, apelou aos ‘jihadistas’ que deixem de combater entre si na Síria e se unam na luta contra os Estados Unidos e a Rússia, revela uma gravação áudio divulgada nas últimas horas.
“Devemos unir-nos, rejeitar as disputas e suspender os combates entre os ‘mujahidine’”, pediu Zawahiri na gravação publicada em ‘sites’ dos ‘jihadistas’, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
O áudio, de 16 minutos e cuja autenticidade não pode ser verificada, parece indicar uma mudança da postura da Al-Qaeda em relação ao grupo radical rival Estado Islâmico, embora Zawahiri não nomeie directamente o EI.
“Os norte-americanos, os russos, os iranianos, os alauitas e (o grupo xiita libanês) Hezbollah estão a lutar contra nós, não seremos capazes de deixar de lutar entre nós para poder dirigir todo o nosso esforço contra eles”, questiona.
Zawahiri afirma que “a frente do Sham (o Levante mediterrâneo) é um ponto-chave para libertar a Palestina” e que a união dos ‘mujahidine’ na zona é “a porta do triunfo”.
Insiste em que “os ‘mujahidine’ não gastem os seus esforços a matar-se entre si, enquanto os cruzados estão unidos”, numa alusão ao conflito na Síria entre o EI e a Frente al-Nusra, a filial síria da Al-Qaeda.
No discurso apela ainda à unidade de todos os muçulmanos, desde Marrocos ao Cáucaso e Somália, assinalando tratar-se “de uma batalha global para travar os sistemas apóstatas e a aliança dos cruzados com os xiitas”.
Zawahiri sempre reprovou o EI e o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, embora alguns ramos da Al-Qaeda, como a Al-Qaeda da Península Arábica, já tenham pedido para apoiar aquele grupo ‘jihadista’ na luta contra a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria.
Lusa