Polícas apelam a boicote aos filmes de Tarantino

Polícas apelam a boicote aos filmes de Tarantino


Realizador disse o que não devia quando não devia. E agora está com um problema.


Pior do que estar metido em sarilhos, só estar metido em sarilhos com a polícia. Pois Quentin Tarantino parece estar. Tudo porque decidiu participar num protesto contra a brutalidade policial que teve lugar este sábado em Nova Iorque, em que se referiu aos agentes como “assassinos”.

“Quando vejo assassinos, não me fico… tenho de chamar assassino a um assassino, e tenho de chamar assassinos aos assassinos”, disse perante a multidão que se juntou no Parque de Washington Square.

Pois os sindicatos das polícias de Nova Iorque, Los Angeles e Filadélfia levaram a mal e começaram, logo no domingo, a responder ao realizador de “The Hateful Eight”, apelando a um boicote aos seus filmes, ao qual já terão aderido dezenas de milhares de agentes.

Os primeiros a reagir foram, logo no dia seguinte aos protestos, os polícias de Nova Iorque, num comunicado publicado no “New York Post”, ao qual o agente Patrick Lynch, que preside à associação Patrolmen’s Benevolent, disse: “Não é de espantar que alguém que faz vida a glorificar o crime e a violência odeie os polícias também.” E sublinhou: “Os agentes a que Quentin Tarantino chama ‘assassinos’ não vivem numa das suas fantasias depravadas do grande ecrã – eles arriscam, por vezes sacrificam, as suas vidas para proteger comunidades do crime real.”

Aos polícias de Nova Iorque seguiram-se, durante a semana, os de Los Angeles e Filadélfia. Não é de admirar, já que as críticas de Tarantino surgiram uma semana depois de um polícia de Nova Iorque ter sido assassinado numa perseguição a um homem armado. O realizador acabou por reconhecer que o “timing” foi infeliz. Mas não retirou o que disse.