A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse esta terça-feira que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas continuam a surpreender e "não deixa de ser extraordinário" que tenham chamado para o governo uma figura que defendeu Ricardo Salgado.
"Não deixa de ser extraordinário como Passos Coelho e Paulo Portas não deixam de surpreender mesmo nestes momentos", vincou a bloquista, referindo-se à nomeação de João Calvão da Silva para ministro da Administração Interna (MAI).
João Calvão da Silva foi notícia em 2013 por ter emitido um parecer por escrito atestando a idoneidade de Ricardo Salgado para continuar a exercer funções no então Banco Espírito Santo (BES), parecer esse utilizado pelo ex-banqueiro como defesa junto do Banco de Portugal (BdP).
Falando em conferência de imprensa na sede nacional do Bloco, em Lisboa, no final de um encontro com o jornalista e activista angolano Rafael Marques, Catarina Martins declarou ainda que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, colocou Portugal numa posição "constrangedora" de ver um executivo ser formado quando se sabe de antemão que o mesmo não será viabilizado na Assembleia da República.
A proposta de composição do XX Governo Constitucional hoje apresentada pelo primeiro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho, é composta por um vice-primeiro-ministro mais quinze ministros, dos quais oito são novos, e inclui quatro mulheres.
Em comparação com o anterior Governo, são criados três novos ministérios na orgânica do XX Governo: o Ministério da Cultura, Igualdade e Cidadania, o Ministério dos Assuntos Parlamentares – que deixa de estar integrado com a Presidência – e o Ministério Modernização Administrativa. Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento Regional é agora integrado no Ministério da Presidência.
Lusa