Antes do dérbi lisboeta, o domingo tinha no cartaz um jogo que se esperava emocionante. Era outro dérbi, este da Premier League, e da cidade de Manchester. Frente a frente estavam dois clubes milionários do futebol actual: os citizens de Pellegrini, que não olham a despesas para reforçar a equipa, e os red devils de Van Gaal (desde que o holandês chegou à equipa, no início da época passada, o United já gastou… 350 milhões de euros). Se os dados eram suficientes para deixar água na boca, o que se viu no relvado de Old Trafford foi suficiente para adormecer os espectadores mais entusiásticos.
O Manchester City até se pode queixar da sorte, pois partiu para o dérbi sem os seus dois melhores jogadores, Sergio Agüero e David Silva. As expectativas recaíram nas costas de De Bruyne. O United apresentava o seu melhor onze e, a jogar em casa, tinha uma motivação extra na tentativa de igualar o Arsenal na liderança do campeonato inglês.
Ao contrário do habitual, o futebol jogado esteve longe das balizas e da emoção. Não se viam jogadas de perigo, as defesas chegavam sem dificuldade para as encomendas. A melhor jogada da primeira parte deu-se ao minuto 44, com um remate de Touré – que nem sequer se pode considerar perigoso. Ointervalo chegava e o Manchester United não tinha feito sequer um remate à baliza. Que saudades os seus adeptos devem ter de Sir Alex Ferguson.
Nas bancadas devia pensar-se que a etapa complementar não podia ser pior. E os espectadores até tinham razão. A segunda parte foi entediante, com muito poucos lances de bom futebol, mas ligeiramente superior em emoção. E porquê? Porque aos 84 minutos houve mesmo – pasme-se! – uma ocasião de golo. Martial fugiu da esquerda para o meio e ofereceu a bola a Lingard. Ojovem do United desviou a bola de Hart e esta foi travada pela barra da baliza dos citizens. Quatro minutos depois, o guarda-redes do City evitou o 1-0 com uma grande defesa a remate de Smalling. A tarde estava feita emOld Trafford. Todos podiam continuar a dormir que o 0-0 no marcador nunca se iria alterar.
Costuma-se dizer que o dinheiro não traz felicidade. No futebol, pelos vistos, a frase resulta. Os dois milionários de Manchester ficaram em branco no dérbi. OArsenal, que vencera no dia anterior, aproveitou para igualar o City no topo da tabela. OChelsea de Mourinho voltou a perder e neste momento tem metade (11) dos 22 pontos dos líderes.