Portas acusa César de ter “sede de poder”

Portas acusa César de ter “sede de poder”


O líder do CDS-PP, Paulo Portas, acusou hoje o presidente do PS, Carlos César, de demonstrar “sede de poder” quando falou em demora do primeiro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho, em anunciar a composição do executivo e respectivo programa.


"O Presidente da República indigitou o doutor Pedro Passos Coelho, que eu sabia, quinta-feira à noite da passada semana, estamos, portanto, no segundo dia útil. Essa afirmação do presidente do PS denota, de forma muito nítida, ambição de poder, sede de poder, fome de poder. Estamos no segundo dia útil", afirmou Paulo Portas aos jornalistas.

O líder centrista e vice-primeiro-ministro falava depois de um encontro com a direcção da UGT, na sede da central sindical, em Lisboa, quando instado a comentar as críticas de Carlos César, que, numa nota à Lusa, afirmou que "Portugal não pode perder tanto tempo e não deve ficar com um Governo que não governa e que só quer concluir uns quantos negócios à pressa e consolidar por toda a parte e à socapa centenas de nomeações para controlo partidário futuro da administração".

"Não se compreende a demora do primeiro-ministro indigitado em apresentar a composição do Governo para tomar posse e apressar a apreciação do programa do Governo. Temos que passar adiante", afirmou Carlos César, que, na quarta-feira, deverá suceder a Ferro Rodrigues nas funções de líder parlamentar do PS.

Num encontro inserido numa ronda pelos parceiros sociais que PSD e CDS-PP iniciaram há mais de uma semana, Paulo Portas fez "o elogio da concertação social" e criticou que PS, BE e PCP estejam a negociar medidas, como um eventual aumento do salário mínimo nacional, à margem da concertação social.

"Nós não devemos substituir a concertação social – em que estão os representantes dos empregadores e dos trabalhadores – por mera acção partidária para obter títulos de jornais no dia seguinte", disse.

Portas considerou ainda que, nas declarações "dos tais líderes da tal frente de esquerda", tudo o que vê "é frágil e pode pôr em causa evidentemente a confiança, o investimento e a criação de emprego".

O líder centrista referiu-se ainda à UGT como a única central sindical que "aceitou sentar-se à mesa", imputando-lhe "grande parte dos avanços" em matérias laborais, por contraste aos "protestos de alguns", numa referência à central sindical CGTP-IN.

Luís Montenegro, que integrou a delegação pelo PSD, fez também o elogio da concertação social, que disse ter sido "fundamental" para enfrentar e superarem sacrifícios e esforços dos últimos quatro anos e reiterou a notícia avançada pela Lusa de que se recandidata à liderança da bancada social-democrata.

Trata-se, declarou, de "cumprir uma tarefa muito complexa e exigente de suportar politicamente um Governo na Assembleia da República com uma nova realidade, em que os deputados do PSD e CDS não são suficientes por si só para aprovar medidas".

Lusa