O FCPorto recebeu o Sp. Braga com uma impressionante série de 20 vitórias consecutivas em casa em jogos a contar para todas as competições. Benfica, Sporting, Bayern Munique e Chelsea faziam parte do lote dos que foram ao Dragão e saíram de lá com uma derrota na bagagem. A série durava desde 14 de Dezembro de 2014, quando o Benfica foi ao Porto vencer com um bis de Lima. Antes, também para o campeonato, os dragões tinham sido traídos pela ineficácia no dérbi com o Boavista (0-0), a 21 de Setembro desse ano. Nas duas ocasiões, o discurso de Lopetegui foi marcado pela infelicidade na altura de rematar à baliza. Houve mais oportunidades, mais caudal ofensivo, mais remates… mas o golo nunca apareceu.
O Sp. Braga completou a trilogia. Já depois de o Sporting sair da Luz com uma vitória contundente por 3-0, os dragões estavam obrigados a vencer para não deixarem os leões na liderança isolada, mas, pela terceira vez desde que o espanhol chegou ao clube, o FCPorto não conseguiu marcar qualquer golo no Dragão. E a história do jogo voltou a ser a mesma: a ineficácia no momento do remate e a inspiração do russo Kritciuk, já decisivo na eliminação do Benfica na Taça de Portugal em Dezembro do ano passado.
“Tivemos muitas oportunidades para marcar mas não conseguimos acertar com a baliza. Tínhamos muita gente na frente. E controlámos o jogo em todos os momentos. Quando não acertas na baliza, há jogos assim e sais castigado. Neste tipo de encontros, o mais normal é que ganhes o jogo. Mas o futebol é assim”, lamentou o treinador basco.
O Sp. Braga fez a sua parte. Paulo Fonseca não confundiu a equipa e montou uma estratégia irrepreensível baseada na organização defensiva. Afinal não era por acaso que os minhotos há sete encontros não perdiam e tinham, juntamente com o FCPorto, a melhor defesa do campeonato – apenas quatro golos sofridos.
“Estes jogadores foram uns autênticos heróis. Deram o que tinham e o que não tinham. E nunca fomos uma equipa que chutou para a frente de qualquer maneira, tentámos sempre sair com critério. É certo que tivemos dificuldades na fase final, mas aí foi por mérito doFCPorto”, comentou o antigo treinador dos dragões a fazer a época de estreia em Braga.
Com um meio-campo a três composto por Danilo, Imbula e André André, a mudança de filosofia na segunda parte começou precisamente por aí. Mais que acumular alternativas no ataque – Osvaldo desiludiu na Póvoa há uma semana –, Lopetegui apostou em dar mais critério na manobra ofensiva. Bueno trouxe criatividade no lugar de Imbula e Rúben Neves voltou a aumentar um patamar quando substituiu Cissokho já dentro do último quarto de hora.
Só que não foi suficiente. Por mais ataques, remates e oportunidades que surgissem, o Sp. Braga resistiu de pé e garantiu um ponto precioso que não trouxe motivação especial a Paulo Fonseca devido à passagem pelo clube em 2013/14. “O importante foi o que a equipa fez. Isso são tempos longínquos, já passou muita água desde então”, atirou.