José Sócrates teve um aumento de 100% no ano de 2013

José Sócrates teve um aumento de 100% no ano de 2013


Sócrates é suspeito de criar um esquema de duplo ordenado para justificar os seus gastos. Antigo primeiro-ministro nega.


José Sócrates passou a receber 12 500 euros no início de 2013 por prestação de serviços à empresa suíça Octapharma. 
Fonte judicial refere que o Ministério Público (MP) detectou que essa empresa farmacêutica tinha uma filial em Portugal gerida por Joaquim Paulo de Lalanda Castro, mais conhecido por Paulo Castro, também arguido no processo Marquês.

Segundo os investigadores, as funções do ex-governante passariam por facilitar negócios em países como o Brasil e a Argélia. Sócrates faria os contactos com responsáveis políticos, como de resto o fez, segundo o MP, em prol do amigo Carlos Santos Silva e do grupo Lena.

Fonte ligada ao processo refere que os 12500 euros foram pagos mensalmente a partir da Suíça desde Fevereiro de 2013, mas no final do ano Sócrates esgotou o saldo da sua conta e acabou por pedir um financiamento à Caixa Geral de Depósitos no valor de 75 mil euros.

Este montante seria transferido para uma conta em Paris para fazer frente às suas despesas, com a família e com o filho do amigo Pedro da Silva Pereira. Nesta altura tinham saído notícias sobre a suas relações de amizade com Santos Silva.
O MP suspeita que José Sócrates tenha organizado um esquema, com a concordância de Paulo Castro, que passaria pelo recebimento de um segundo ordenado mensal no mesmo valor para justificar os seus gastos. A ideia seria ser duplamente pago pela Octapharma, mas quem suportaria o segundo salário seria Santos Silva, que, através das suas empresas, reporia o valor.

Senhora inglesa A investigação estabelece que a sociedade Dynamicspharma, do universo da Octapharma, seria a entidade pagadora. Ainda segundo o processo, a empresa XMIManagement, de Santos Silva, pagaria o montante a uma empresa inglesa – Intelligent Life Solutions, ao que parece propriedade de Paulo Castro. Os investigadores referem que a empresa de Santos Silva pagou 250 mil euros à firma de Paulo Castro para financiar o segundo ordenado de Sócrates. 

Fonte judicial refere que, já depois de ter sido detido, Santos Silva explicou que estes pagamentos diziam respeito a um contrato de serviços de revisão de projectos de obra do grupo Lena, mas não sabia que a empresa era inglesa. 

Nas investigações constará uma indicação de Santos Silva para Sócrates a avisar que já tinha seguido uma amiga para Inglaterra. Sócrates terá explicado que se trataria de um encontro com uma senhora em Londres.
Oantigo governante também não confirmou ter elaborado qualquer plano.