A atracção (traição) fatal de António Costa


Costa é um viciado no jogo da política. Joga com todos, e se for preciso contra todos. Um autêntico lacrau político.


© Tiago Petinga/Lusa

Perante o eleitorado, o maior trunfo de uma pessoa que faz política é a confiança. Quando esta característica é posta em causa no decorrer da vida de um político, o eleitorado penaliza-o.

São sempre os donos do voto, as pessoas, que prolongam ou ditam o fim da carreira de qualquer político no nosso país.

O Dr. António Costa já devia ter percebido que a traição a Seguro ficará tatuada para sempre na sua pele. As pessoas percepcionaram que ao derrubar um camarada na recta da meta, com a justificação de que as duas vitórias eleitorais que o PS teve (autárquicas e europeias) sabiam a pouco, seriam fatais para a sua credibilidade política.

Aqui foi coerente com o que agora fez: uma vitória sem maioria absoluta é uma derrota para o Dr. Costa. É esta a regra que António Costa vem introduzir na vida, na tradição e na vivência democrática em Portugal.

O que é verdadeiramente assustador é ser o PS o responsável por este virar de página, por criar este novo paradigma, mudar o conceito de vitória e transformar a palavra “derrota” numa qualquer vitória sem acordo ortográfico. Mais uma traição à nossa cultura democrática.

A terceira traição será hoje posta em prática pelo próprio. É prática parlamentar que o partido mais votado nas legislativas (neste caso o PSD), onde ainda acresce a sua maior representação parlamentar, proponha o nome para o presidente da Assembleia da República. Proposta esta que é normalmente acordada entre os vários partidos, o que ganha e os que perdem.

Mais uma vez, Costa não ligou patavina a esta prática e propôs Ferro Rodrigues sem qualquer conversa prévia à direita. Ignorou que devia ser o PSD a propor um nome, e ele, António Costa, representando o seu derrotado PS, teria naturalmente uma palavra a dizer.

Temo que a eleição de hoje do presidente da Assembleia da República seja um déjà vu da eleição de Nobre de há quatro anos…

Costa é um viciado no jogo da política; joga com todos, e se for preciso contra todos. É um autêntico lacrau político.
Costa sonha assim construir uma frente de esquerda apenas para derrubar uma direita que venceu nas urnas.
Não interessa quanto tempo durará um governo assim, Costa quer apenas ser poder.

Costa tem a noção de que, se não for poder, entrará para um deserto político e morrerá à sede. Desaparecerá precocemente da política sem nunca ter encontrado um oásis para matar a sede.

Julgará o Dr. Costa que hipotecar todos os princípios históricos do PS não trará mal algum a este partido. Estará disposto a tudo, acabar com as privatizações, voltar às nacionalizações, regredir na legislação laboral, aumentar os direitos sociais, não ser mais subserviente à União Europeia, espreitar a saída do euro, ponderar a renegociação da dívida, aumentar o salário mínimo nacional sem ligar aos parceiros sociais e o Estado voltar a ser empregador.

Centeno fará o papel de contabilista, Galamba de malabarista e Pedro Nuno Santos de seguidista. O Bloco e o PCP pedem, o PS dá.

Centeno terá de martelar contas públicas “à BES”, porque de outra maneira a coisa não dá.

A Bimby política de Costa está ligada à corrente e o povo vai perceber em breve qual o prato que sairá da máquina mágica.

Costa acredita piamente que estes anos de recuperação económica vão permitir tudo. Que o Estado aguenta, aguenta… Que o povo vai sair à rua para o passear em ombros por lhe ter devolvido mais depressa o corte de salários e pensões. Acredita que enquanto houver sol para o povo a frente de esquerda não se desmobilizará.

Mas Costa esquece-se que uma esquerda como o PCP e como o Bloco nunca estará satisfeita. Catarina Martins ficará deslumbrada com o poder, Costa com o que distribui, mas Jerónimo e o PCP acharão deslumbre a mais e voltarão ao seu eixo na exigência política. Costa acha mesmo que se sobreviver a tudo isto terá o poder eterno.

O PS está a poucos dias de ditar o seu futuro. Não bastará a Francisco Assis, a Sérgio Sousa Pinto, a Vítor Ramalho, a Álvaro Beleza, a Brilhante Dias dizerem que o caminho não é este. O silêncio de Seguro terá de acabar. Todos eles precisam de ter a coragem de apresentar rapidamente ao partido e ao país uma alternativa. Eles são essa alternativa, mas têm de a assumir.

Caso permaneçam inertes, limitando-se a dar entrevistas ou escrever sobre as suas mágoas em artigos de jornal, o PS que até agora conhecemos acabará de um dia para o outro. 

A governabilidade do país será posta em causa e a democracia sofrerá rudes golpes com o picador de gelo que Costa traz no bolso.

Já uma vez todos eles viram a “banda passar” com as políticas loucas com que Sócrates afundou o país. Não podem voltar a ser cúmplices de tamanho e novo crime. O poder nem sempre resolve, muitas vezes dissolve!

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira

A atracção (traição) fatal de António Costa


Costa é um viciado no jogo da política. Joga com todos, e se for preciso contra todos. Um autêntico lacrau político.


© Tiago Petinga/Lusa

Perante o eleitorado, o maior trunfo de uma pessoa que faz política é a confiança. Quando esta característica é posta em causa no decorrer da vida de um político, o eleitorado penaliza-o.

São sempre os donos do voto, as pessoas, que prolongam ou ditam o fim da carreira de qualquer político no nosso país.

O Dr. António Costa já devia ter percebido que a traição a Seguro ficará tatuada para sempre na sua pele. As pessoas percepcionaram que ao derrubar um camarada na recta da meta, com a justificação de que as duas vitórias eleitorais que o PS teve (autárquicas e europeias) sabiam a pouco, seriam fatais para a sua credibilidade política.

Aqui foi coerente com o que agora fez: uma vitória sem maioria absoluta é uma derrota para o Dr. Costa. É esta a regra que António Costa vem introduzir na vida, na tradição e na vivência democrática em Portugal.

O que é verdadeiramente assustador é ser o PS o responsável por este virar de página, por criar este novo paradigma, mudar o conceito de vitória e transformar a palavra “derrota” numa qualquer vitória sem acordo ortográfico. Mais uma traição à nossa cultura democrática.

A terceira traição será hoje posta em prática pelo próprio. É prática parlamentar que o partido mais votado nas legislativas (neste caso o PSD), onde ainda acresce a sua maior representação parlamentar, proponha o nome para o presidente da Assembleia da República. Proposta esta que é normalmente acordada entre os vários partidos, o que ganha e os que perdem.

Mais uma vez, Costa não ligou patavina a esta prática e propôs Ferro Rodrigues sem qualquer conversa prévia à direita. Ignorou que devia ser o PSD a propor um nome, e ele, António Costa, representando o seu derrotado PS, teria naturalmente uma palavra a dizer.

Temo que a eleição de hoje do presidente da Assembleia da República seja um déjà vu da eleição de Nobre de há quatro anos…

Costa é um viciado no jogo da política; joga com todos, e se for preciso contra todos. É um autêntico lacrau político.
Costa sonha assim construir uma frente de esquerda apenas para derrubar uma direita que venceu nas urnas.
Não interessa quanto tempo durará um governo assim, Costa quer apenas ser poder.

Costa tem a noção de que, se não for poder, entrará para um deserto político e morrerá à sede. Desaparecerá precocemente da política sem nunca ter encontrado um oásis para matar a sede.

Julgará o Dr. Costa que hipotecar todos os princípios históricos do PS não trará mal algum a este partido. Estará disposto a tudo, acabar com as privatizações, voltar às nacionalizações, regredir na legislação laboral, aumentar os direitos sociais, não ser mais subserviente à União Europeia, espreitar a saída do euro, ponderar a renegociação da dívida, aumentar o salário mínimo nacional sem ligar aos parceiros sociais e o Estado voltar a ser empregador.

Centeno fará o papel de contabilista, Galamba de malabarista e Pedro Nuno Santos de seguidista. O Bloco e o PCP pedem, o PS dá.

Centeno terá de martelar contas públicas “à BES”, porque de outra maneira a coisa não dá.

A Bimby política de Costa está ligada à corrente e o povo vai perceber em breve qual o prato que sairá da máquina mágica.

Costa acredita piamente que estes anos de recuperação económica vão permitir tudo. Que o Estado aguenta, aguenta… Que o povo vai sair à rua para o passear em ombros por lhe ter devolvido mais depressa o corte de salários e pensões. Acredita que enquanto houver sol para o povo a frente de esquerda não se desmobilizará.

Mas Costa esquece-se que uma esquerda como o PCP e como o Bloco nunca estará satisfeita. Catarina Martins ficará deslumbrada com o poder, Costa com o que distribui, mas Jerónimo e o PCP acharão deslumbre a mais e voltarão ao seu eixo na exigência política. Costa acha mesmo que se sobreviver a tudo isto terá o poder eterno.

O PS está a poucos dias de ditar o seu futuro. Não bastará a Francisco Assis, a Sérgio Sousa Pinto, a Vítor Ramalho, a Álvaro Beleza, a Brilhante Dias dizerem que o caminho não é este. O silêncio de Seguro terá de acabar. Todos eles precisam de ter a coragem de apresentar rapidamente ao partido e ao país uma alternativa. Eles são essa alternativa, mas têm de a assumir.

Caso permaneçam inertes, limitando-se a dar entrevistas ou escrever sobre as suas mágoas em artigos de jornal, o PS que até agora conhecemos acabará de um dia para o outro. 

A governabilidade do país será posta em causa e a democracia sofrerá rudes golpes com o picador de gelo que Costa traz no bolso.

Já uma vez todos eles viram a “banda passar” com as políticas loucas com que Sócrates afundou o país. Não podem voltar a ser cúmplices de tamanho e novo crime. O poder nem sempre resolve, muitas vezes dissolve!

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira