Fuga para a Vitória

Fuga para a Vitória


“Adama” ****


“Adama” faz com que a realidade que inspira o filme pareça coisa de fantasia. Naturalmente que não é, esta é uma história de bravura, de uma criança à procura de um irmão desaparecido, de uma viagem sem plano A, quanto mais B, de uma epopeia que vai da África esplendorosa mas traiçoeira a uma Europa mais ou menos na mesma (ainda que po razões diferentes).

Dizíamos que é uma realidade mas também é essa fantasia que referíamos. “Adama” é um sonho vivido com os pés descalços, onde ninguém consegue adormecer. E é fantástico porque é uma animação quase de carne e osso.

A tecnologia é das melhores coisas que temos, é mesmo. E neste conto pega num trabalho de animação e balança-o entre o 2D mais habitual e o 3D que nem sempre faz sentido mas que aqui até se vai agradecendo. Pelo meio vai Adama, com 12 anos, de uma aldeia na África ocidental até Verdun, a mesma da batalha da Primeira Guerra Mundial e exactamente nesse mesmo período.

E desafia todos da mesma maneira: os anciãos que na sua terra não aprovavam nenhuma das suas vontades; e um mundo que está apenas preocupado com tiros e bombas e seus derivados. Pelo meio de tanto conflito, o principal é o interior, o que vai contra o medo e que continua a ser um dos melhores ingredientes para qualquer história.  

“Adama”
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De Simon Rouby
Com Pascal N’Zonzi, Oxmo Puccino, Azize Diabaté (vozes)