Pedro Passos Coelho quer “celeridade” no processo de formação do próximo governo, disse ao Presidente da República que deve ser indigitado primeiro-ministro e avisa o PS que, no parlamento, “deve assumir as suas responsabilidades como partido derrotado que foi nas legislativas, mas como partido de grande implantação em Portugal”.
O PSD foi recebido esta terça-feira pelo Presidente da República (as reuniões com os outros partidos seguem-se nas próximas horas) e aproveitou as declarações aos jornalistas para recordar que “no passado houve governos sem maioria absoluta que governaram” e que “curiosamente aconteceu mais do que uma vez com governos do PS e com a viabilização parlamentar quer do PSD, quer do CDS”. Assim, Passos transmitiu ao Presidente “a confiança que este governo que sai naturalmente destas eleições possa ser presente ao parlamento de modo a que todos possam assumir as suas responsabilidades”. PCP e BE já anunciaram a intenção de apresentarem uma moção de rejeição de um programa do governo do PSD e CDS.
Mas o social-democrata mantém esta “persuadido que existem condições em sede parlamentar para que os resultados possam ser respeitados e que o governo que delas emerge com naturalidade possa no terreno parlamentar obter as condições necessárias para que o país tenha estabilidade e confiança”.
Aliás, a “previsibilidade” e a “estabilidade” foram as duas palavras mais repetidas pelo primeiro-ministro ainda em funções para pressionar a formação do governo. “Se o país não tiver condições de previsibilidade e estabilidade governativa, haverá um adiamento das decisões de investimento em Portugal. A maior parte dos agente económicos nacionais ou não nacionais, adiarão as suas decisões à espera de uma clarificação política e isso só penalizará o investimento, portanto a nossa capacidade para crescer e gerar emprego”.
Na argumentação de Passos cabe ainda o impacto externo de um impasse governativo em Portugal: “A nossa posição externa iria ser colocada em causa se o país não estivesse em condições de prosseguir o caminho de consolidação das finanças publicas”. É nisto que fundamenta o pedido de rapidez no processo de formação do governo. “Torna se indispensável que haja alguma celeridade na forma como este processo se irá desenrolar”, disse Passos Coelho ladeado da restante comitiva do PSD onde também se integravam Luís Montenegro, Jorge Moreira da Silva, Marco António Costa e José Matos Rosa.
Na segunda-feira Passos Coelho esteve sozinho com o Presidente, numa reunião também em Belém, na sequência de u primeiro encontro onde o chefe de Estado mandou o líder do PSD fazer as diligências necessárias para formar um governo estável. A audiência desta terça-feira durou cerca de meia hora apenas, seguindo-se o PS. António Costa entrou em Belém acompanhado do presidente do partido, Carlos César, de Eduardo Ferro Rodrigues e Maria da Luz Rosinha.