12 anos sem Feira Popular


Há fenómenos que são de difícil compreensão. Uma cidade vive, também, da sua história, dos seus monumentos, de restaurantes e snacks que fazem parte da sua cultura – alguém consegue imaginar Lisboa sem o Gambrinus, a Ginjinha do Rossio ou a Versailles, ou o Porto sem o Majestic ou a Livraria Lello, por exemplo –…


Há fenómenos que são de difícil compreensão. Uma cidade vive, também, da sua história, dos seus monumentos, de restaurantes e snacks que fazem parte da sua cultura – alguém consegue imaginar Lisboa sem o Gambrinus, a Ginjinha do Rossio ou a Versailles, ou o Porto sem o Majestic ou a Livraria Lello, por exemplo – entre muitas outras coisas? Sempre defendi que, à semelhança do que se passa no Rio de Janeiro, no Brasil, o Estado tem a obrigação de “tombar” edifícios ou estabelecimentos emblemáticos, isto é, não permitir que mudem de ramo e percam a originalidade. Quem fica com casas históricas não as pode alterar.

Mas estamos em Portugal e temos de viver com as particularidades lusitanas. Senão vejamos: um dos espaços mais carismáticos, apesar da sua degradação final, era a Feira Popular, em Entrecampos, que fazia as delícias dos mais novos – quantas festas escolares não ocorreram naquele espaço, e quantos portugueses de fora da cidade não prescindiam de uma voltinha por lá quando vinham a Lisboa? –, mas o último ano em que abriu portas foi em 2003. Na altura dizia-se que se arranjaria rapidamente um espaço alternativo, já que aquela localização era boa de mais para uma feira sazonal.
Não falando das peripécias que a venda do terreno viveu, hoje deveria haver um leilão que escolheria o novo proprietário.Mas, como ninguém se chegou à frente – falava-se em chineses, portugueses e americanos –, a feira continuará a ser um estaleiro a céu aberto sem comprador.

Mas a capital não ganharia com uma feira popular moderna, agora que recebe tantos turistas? Por exemplo, alguém imagina Londres, ou Viena, sem as rodas gigantes que atraem milhares de pessoas por semana? Uma cidade que não tenha animação própria é mais soturna e pobre. Esperemos que o terreno seja vendido e a câmara possa construir uma nova feira popular onde novos e graúdos se divirtam.

12 anos sem Feira Popular


Há fenómenos que são de difícil compreensão. Uma cidade vive, também, da sua história, dos seus monumentos, de restaurantes e snacks que fazem parte da sua cultura – alguém consegue imaginar Lisboa sem o Gambrinus, a Ginjinha do Rossio ou a Versailles, ou o Porto sem o Majestic ou a Livraria Lello, por exemplo –…


Há fenómenos que são de difícil compreensão. Uma cidade vive, também, da sua história, dos seus monumentos, de restaurantes e snacks que fazem parte da sua cultura – alguém consegue imaginar Lisboa sem o Gambrinus, a Ginjinha do Rossio ou a Versailles, ou o Porto sem o Majestic ou a Livraria Lello, por exemplo – entre muitas outras coisas? Sempre defendi que, à semelhança do que se passa no Rio de Janeiro, no Brasil, o Estado tem a obrigação de “tombar” edifícios ou estabelecimentos emblemáticos, isto é, não permitir que mudem de ramo e percam a originalidade. Quem fica com casas históricas não as pode alterar.

Mas estamos em Portugal e temos de viver com as particularidades lusitanas. Senão vejamos: um dos espaços mais carismáticos, apesar da sua degradação final, era a Feira Popular, em Entrecampos, que fazia as delícias dos mais novos – quantas festas escolares não ocorreram naquele espaço, e quantos portugueses de fora da cidade não prescindiam de uma voltinha por lá quando vinham a Lisboa? –, mas o último ano em que abriu portas foi em 2003. Na altura dizia-se que se arranjaria rapidamente um espaço alternativo, já que aquela localização era boa de mais para uma feira sazonal.
Não falando das peripécias que a venda do terreno viveu, hoje deveria haver um leilão que escolheria o novo proprietário.Mas, como ninguém se chegou à frente – falava-se em chineses, portugueses e americanos –, a feira continuará a ser um estaleiro a céu aberto sem comprador.

Mas a capital não ganharia com uma feira popular moderna, agora que recebe tantos turistas? Por exemplo, alguém imagina Londres, ou Viena, sem as rodas gigantes que atraem milhares de pessoas por semana? Uma cidade que não tenha animação própria é mais soturna e pobre. Esperemos que o terreno seja vendido e a câmara possa construir uma nova feira popular onde novos e graúdos se divirtam.