Paula Lobo Antunes é a terceira filha do neurocirurgião. Fala de um pai presente, próximo e que sempre foi exigente, mas respeitando as vontades de cada uma. O forte sentido de justiça foi sempre a grande lição, conta a actriz.
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Há uma história que a marca desde miúda. Quando o pai ainda estava nos EUA, apareceu um doente com VIH no hospital de Nova Iorque que ninguém queria operar. João Lobo Antunes, ainda jovem, fez parte da equipa de médicos estrangeiros que aceitou o caso.
Paula começou por seguir as pisadas dos pais em Medicina, mas conta que, quando decidiu enveredar pela representação, teve todo o apoio. A maior manifestação disso foi quando o pai lhe dedicou um livro, dizendo que já sentia tanto orgulho nela quanto ela nele.
Rigoroso com as quatro filhas, Paula acredita que o pai não quis nunca impor-lhes a sua vida austera.
“Quando estava a estudar, muitas vezes ligava à sexta-feira à noite a perguntar o que ainda estava a fazer em casa.”
Não queria que elas, como acontecera com ele, perdessem os melhores anos da juventude. “É o homem da minha vida”, diz Paula.
“Só há uma coisa em que não estamos de acordo: eu sou do Benfica.”
Ultimamente até se tornou objecto de estudo. “Acha interessante a minha memória. Diz que ao ter de decorar tantas cenas devo ter um cérebro mais desenvolvido.”