A "Ode Marítima" de Álvaro de Campos sobe esta segunda-feira à cena, em Óbidos, no festival Fólio, no qual se cruzam diferentes iniciativas, entre a memória de Sophia de Mello Breyner e a Conversa de Bolso com Marcelo Rebelo de Sousa.
"Sophia", documentário de estreia de João César Monteiro na realização, concluído em 1969, é projectado na Capela de S. Martinho, às 15:00, hora a que a poetisa, autora de "Apesar das ruínas" e de "Menina do mar", é também tema de uma aula dada pelo investigador Gustavo Rubim, da Universidade Nova de Lisboa, no Museu Municipal de Óbidos.
O dia de Sophia no Festival Literário Internacional de Óbidos – Folio, é também o dia de quatro outros autores (Ana Cristina Pinto, Filipe Marinheiro, Rui Carreto e André Pereira) apresentarem os seus livros em vários espaços da vila onde, em simultâneo, decorrem cafés literários e sessões de música e poesia.
Na Livraria de Santiago, o Café Literário agendado para as 16:00 é o mote para a apresentação do documentário “Terra do Fim do Mundo”, de José Carlos Oliveira. Uma hora mais tarde, no espaço da Livraria do Mercado, Manuel Freire modera a tertúlia que põe Simão Costa, Margarida Fonseca Santos e Susana Ralha à conversa sobre “Música do nosso andamento”.
Neste dia, há Conversa de Bolso às 19:00, hora a que o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa e o jornalista Ferreira Fernandes se instalam na Pousada do Castelo, para falar sobre “As eleições que todos queriam ganhar”.
À conversa segue-se a música do Brasil, com Celso e Pedro Viáfora, uma dupla de pai e filho, a cantarem “amores absurdos”, na Livraria da Adega, antecedendo a subida ao palco de Diogo Infante e João Gil, para interpretarem, na igreja da Misericórdia, a "Ode marítima", de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa.
A noite no festival fecha com um espectáculo poético musical a cargo da companhia Trigo Limpo Teatro Acert, mais uma vez na livraria da Adega, onde José Rui Martins e Luísa Vieira interpretam "20 Dizer".
Organizado em cinco capítulos (Folia, Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra e Folio Paralelo), o Festival Literário Internacional de Óbidos é palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas (improváveis, segundo a organização) que, até dia 25, levam à vila 459 autores e criadores.
O Festival em que a autarquia investiu meio milhão de euros (comparticipados por fundos comunitários), tem como curadores José Eduardo Agualusa, Anabela Mota Ribeiro, Teresa Calçada, Maria José Vitorino, Mafalda Milhões e José Pinho, coordenador do projecto Óbidos Vila Literária.
Lusa