Passos vai a Belém explicar negociações com PS antes de Cavaco chamar partidos

Passos vai a Belém explicar negociações com PS antes de Cavaco chamar partidos


Líder da coligação dará nota das suas diligências


Passos Coelho vai a Belém explicar as negociações entre a coligação Portugal à Frente e o PS entre amanhã e o início da próxima semana. O Presidente da República, Cavaco Silva entregou ao líder do PSD – partido mais votado nas eleições de dia 4 – a missão de encontrar uma solução de governo “estável e duradouro” e vai querer inteirar-se do resultado das negociações, que juntaram (duas vezes) à mesa  PSD/CDS e PS, antes de chamar a Belém todos os partidos eleitos para o Parlamento (entre terça e quarta-feira). 

A convicção na PàF é de que Passos (e Portas) deverá exigir formar governo a Cavaco Silva. O discurso já está ensaiado. “Nós tentamos todas as hipóteses para firmar um compromisso com o maior partido da oposição. Mas do lado do PS está tudo como estava há uma semana. O PS, claramente, não quer assumir um compromisso e está mais interessado na sua táctica do que na governabilidade do país”, resume fonte da coligação ao i.

Passos tem repetido que a sua expectativa natural é que quem ganha as eleições governa e isso mesmo repetirá no encontro com Cavaco, obrigado o Presidente a fechar os olhos à suas próprias exigências e a dar contuidade à tradição na interpretação da Constituição: é convidado para formar governo o partido (ou coligação) mais votada.

E a partir daí evita-se cair no ensaio de cenários. Ou seja, uma vez formado um governo pelo PSD/CDS é preciso que o programa deste Executivo seja aprovado na Assembleia da República – onde a esquerda tem a maioria – e que o Orçamento do Estado para o próximo ano não seja chumbado. “É no Parlamento que cada partido vai assumir as suas responsabilidades. Além disso, os deputados não são paus mandados dos partidos”, nota um dirigente da PàF.

Estará a coligação a acreditar numa ‘mãozinhia’ dos deputados socialistas desalinhados com a linha seguida por Costa no pós-eleições? Ontem, no Facebook, Duarte Marques, quase dá a resposta. “Tenho a convicção que, no momento certo, haverá no PS gente capaz de negociar e garantir a estabilidade que o país precisa. De Costa tratará o PS, nós vamos continuar a tratar do futuro de Portugal”, escreveu o deputado do PSD.

A edição de hoje do jornal i avança que Cavaco Silva irá convidar Passos Coelho a formar governo e que o Presidente não deverá dar posse ao PS, se a coligação vir rejeitado o seu programa de governo no Paramento, mantendo Passos e Portas à fente de um governo de gestão até à tomada de posse do novo Presidente da República. 

Entrentanto a Presidência emitiu um comunicado no qual reafirma que "as decisões que vier a tomar transmitilas-à directamente aos portugueses ou através do chefe da sua Casa Civil".