Moody’s melhora para “estável” perspectivas do sistema bancário português

Moody’s melhora para “estável” perspectivas do sistema bancário português


A agência de notação Moody’s alterou hoje as perspectivas do sistema bancário português de “negativo” para “estável”.


Devido à "modesta recuperação económica do país" e às condições de mercado que estão a beneficiar os bancos em Portugal.

O relatório da analista da Moody's Maria Vinuela refere que esta alteração "substitui uma visão negativa em vigor desde 2008" e exprime a "expectativa de como a solvabilidade dos bancos irá evoluir ao longo dos próximos 12 a 18 meses".

Para a analista, "a recuperação económica modesta do país vai ajudar a estabilizar os fundamentos de crédito dos bancos portugueses, abrandar a criação de novos empréstimos problemáticos e o retorno do sector bancário à rentabilidade, embora em níveis ainda fracos".

Além disso, o relatório indica que a incerteza em torno da venda do terceiro maior banco de Portugal, o Novo Banco, "contribui para as vulnerabilidades do sistema bancário do país", já que os bancos portugueses "poderão ser obrigados" a suportar a diferença existente entre o o dinheiro que foi colocado pelo Fundo de Resolução e a venda da instituição financeira.

Maria Vinuela sublinha, no entanto, que em termos globais, "os bancos portugueses estão agora melhor posicionados para absorver perdas potenciais, depois de terem sido recapitalizados, reestruturados, reforçando as provisões para perdas de crédito nos últimos anos".

Mas a analista da Moody's avisa que "a capacidade dos bancos portugueses para gerar lucros recorrentes continuará a ser limitada por causa das baixas taxas de juros, de uma quantidade ainda substancial de activos pouco valorizados e volumes de negócios reduzidos".

Apesar da melhoria da capacidade de perda de absorção, o relatório frisa que os níveis de solvência das instituições "permanece mais fraca do que os de outros sistemas bancários da área do euro", em parte devido a "um grande volume de activos fiscais diferidos (DTAS), que compõem cerca de 30% do núcleo de regulamentação do sistema capital social".

No documento não são analisados os 'ratings' [avaliações] individuais dos bancos portugueses, que continuam no nível de "lixo", tal como a dívida soberana portuguesa.

Lusa