Óbidos sempre foi o chocolate. Óbidos sempre foi medieval. Agora, Óbidos é também literatura. Há três anos que começou a ser construída a Vila Literária de Óbidos que, a partir de hoje, vê ser escrito o seu primeiro parágrafo. O FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos – apresenta um programa diverso e distinto que decorre de hoje a dia 25 de Outubro, com uma roda-viva de iniciativas em torno de quatro temas principais: os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, os 40 anos da independência das colónias, os poetas de Orfeu e o Ano da Luz.
Pela vila de Óbidos vão passar cerca de 200 autores portugueses e lusófonos, entre eles estão: João Paulo Cuenca, Ricardo Araújo Pereira, Gregório Duvivier, Mia Couto, Javier Cercas, entre muitos outros . O festival divide-se em cinco áreas principais: FOLIO Autores, FOLIO Educa, FOLIO Ilustra, FOLIO Paralelo e Folia. José Pinho, curador do FOLIO Paralelo, explica-nos que só esta separação já é, em si, uma surpresa. “O facto de termos cinco áreas já é por si algo distinto. Depois, temos muitas sessões literárias, concertos, cinema, teatro, muita conversa, muita actualidade. De maneira que a programação é vastíssima. Conheço alguns festivais literários a nível mundial e diria que este FOLIO estará, se tudo correr bem, ao nível do que já vi por esse mundo fora”, afirma.
Como sempre nestas ocasiões – e consulte-se o site: foliofestival.com para o entender – o difícil é dizer-lhe o que fazer, a que iniciativas ir, tarefa que José Pinho considera algo ingrata perante um “programa tão homogéneo”. Ainda assim, encheu-se de coragem e lá deu os seus destaques: “Destaco a exposição colectiva que vai ser feita na Galeria Nova Ogiva; também o concerto de abertura com a Miúcha e a Georgiana de Moraes, uma filha do Sérgio Godinho, outra do Vinicius, que vieram do Brasil para fazer uma homenagem ao Vinicius de Moraes. Assim como a ‘Cultura e o Que Há de Vir’, uma conversa organizada pelo António Pinto Ribeiro que vai ter Ana Paulo Laborinho, Silvestre Lacerda e Catarina Vaz Pinto”.
Fácil de entender que é em torno da vila de Óbidos que se cria este festival, como, de resto, José Pinho confirma: “Este primeiro FOLIO é uma montra para demonstrar aquilo que é a Vila Literária de Óbidos que estamos a construir há três anos”. Vamos a isso.
