Questionado, à entrada para uma reunião do Partido Socialista Europeu, em Bruxelas, sobre críticas de figuras do partido, como Francisco Assis, a uma aliança do PS com os partidos à sua esquerda, António Costa começou por lembrar que o mandato que a comissão política nacional lhe conferiu “é muito claro” e foi “expresso de forma inequívoca, com 67 votos a favor e 4 contra”.
“Acho que os balanços se devem fazer no final das negociações e não vou sobretudo fazer comentários sobre quem, não estando a acompanhar as negociações, desconhece o que é que está a ser tratado, e fala muitas vezes como não tendo percepcionado que já há uma mudança muito importante”, disse.
Sublinhando novamente a importância de “ter sido possível derrubar um muro de 40 anos” que “criava incomunicabilidade e a impossibilidade de diálogo construtivo na esquerda portuguesa”, o líder do PS sustentou que “hoje, felizmente, a esquerda portuguesa está em condições de oferecer soluções de governo e soluções de estabilidade como não tinha até agora”.
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Segundo Costa, mais importante que aquilo que consta do programa de cada partido, “o que é essencial saber é o que cada partido considera essencial que conste de um programa de governo comum”.
“E eu acho que a grande novidade foi, por exemplo, o Partido Comunista [Português] ter dito que uma coisa é o que consta do programa do seu partido, onde naturalmente há uma abissal diferença relativamente ao que consta do programa do PS, e aquilo que são, não obstante essas divergências, aquelas matérias que, face à realidade do país, podem ser concretizadas na próxima legislatura, e é aí que devemos centrar os nossos esforços, não naquilo que nos divide, mas aquilo que nos une”, salientou.
Lusa