O sector português da construção deverá crescer este ano 1,5% e manter a tendência de consolidação ao longo de 2016, depois de treze anos a registrar quebras consecutivas (4,5% no ano passado e 15% em 2012-13), aponta o estudo setorial “Construção”, da Informa D&B.
A construção residencial foi o segmento que registou pior comportamento, em 2014, com a produção a apresentar quebras de 10%. O número de fogos concluídos sofreu uma redução de 54,4% e ficou abaixo das 9500 unidades, com variações negativas em todas as zonas geográficas do país. No segmento não residencial, o valor da produção caiu 5,7%, devido principalmente ao comportamento negativo da componente pública (-11%).
A engenharia civil foi a área mais importante para a construção, no ano passado, e gerou um volume de negócios ligeiramente acima dos 5700 milhões de euros, menos 1% do que em 2013.
Face ao abrandamento da procura em Portugal, a facturação dos grupos portugueses de construção no exterior, incluindo filiais estabelecidas noutros países, manteve uma evolução positiva nos últimos anos, estimada 5600 milhões de euros em 2014.
Num contexto de crescimento económico, espera-se um ligeiro aumento da actividade no sector da construção em 2015, o que representaria uma inversão da tendência face ao observado nos últimos treze anos, com um valor da produção próximo dos 11 500 milhões de euros, um crescimento de 1,5%.
No final de 2014 operavam no sector 18 902 empresas detentoras de alvará, menos 3,3% do que em 2013, enquanto em Junho de 2015 esse número caiu para 17 864. O número de empresas detentoras de título de registo era de 29 315 no final de 2014, o que representa uma quebra de 4,8% face a Dezembro de 2013. Este ano Junho deste ano estava abaixo dos 28 500.
O emprego gerado pelo sector diminuiu 4,3% em 2014, para 275 800 trabalhadores, valor que representa 6,1% do número total de trabalhadores em Portugal. Nos últimos anos observou-se uma tendência de concentração empresarial. Em 2014, a quota conjunta de produção das cinco principais empresas rondou os 20%, segundo o mesmo estudo.