Sérgio Sousa Pinto manifesta-se radicalmente contra a possibilidade de o PS fazer um acordo com o BE e os comunistas e avisa que, se o fizer, está a oferecer uma maioria absoluta à direita.
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Sousa Pinto demitiu-se da direcção do PS por discordar da estratégia seguida por António Costa e quebra o silêncio num texto nas redes sociais em que alerta para as consequências nefastas que pode ter para o PS uma aliança com os partidos à sua esquerda. “Não lhes interessa [ao PCP e ao BE] partilhar o fardo de governar. Querem um governo fraco do PS, para derrubarem quando for oportuno. Quando o BE descer e o PCP subir? Quando o Bloco subir e superar o PS nas sondagens. Não sei. Talvez um destes mesquinhos objectivos tácticos seja alcançado”, escreve, num texto publicado na sua página do Facebook, o deputado socialista.
A consequência desta estratégia, continua Sousa Pinto, será uma maioria absoluta da direita nas próximas eleições. “A direita terá a sua maioria absoluta. Que guardará por muitos anos. Enquanto o país se lembrar dos tempos que estamos a viver”.
Num texto arrasador para a estratégia seguida pelo PS, Sérgio Sousa Pinto, que era um dos socialistas mais próximos de António Costa, recorda que “o Partido Comunista Português combateu o PS, sem desfalecimento, de 1974 até à semana passada. Censurou e derrubou governos socialistas e não votou a favor de um único orçamento apresentado pelo PS, em quatro décadas”.
O deputado recua aos tempos do PREC para concluir que “o PCP não perdoa ao PS ter liderado o campo político não comunista em 74/75 e ter derrotado o seu assalto ao poder”.