Sindicato acusa FNAC de “pressão” e “assédio moral” sobre os trabalhadores

Sindicato acusa FNAC de “pressão” e “assédio moral” sobre os trabalhadores


No Porto, os trabalhadores manifestaram-se em frente à loja da rua de Santa Catarina.


O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) acusou esta segunda-feira a FNAC de “assédio moral” sobre os trabalhadores, que estarão a ser pressionados para reduzirem o horário e consequente remuneração, e admite avançar judicialmente contra a empresa. 

Em declarações aos jornalistas durante uma acção de protesto frente à loja da FNAC na rua de Santa Catarina, no Porto, a dirigente do CESP Marisa Ribeiro afirmou que “a pressão e o assédio” sobre os trabalhadores acontece “a nível nacional, em todas as lojas” daquela cadeia internacional de produtos culturais e electrónicos. 

A agência Lusa contactou a administração da FNAC em Portugal, que disse não pretender prestar declarações. 

Segundo explicou a dirigente do CESP, em causa está a alegada intenção da FNAC em reduzir a carga horária de diversos trabalhadores das 40 para as 30 ou, mesmo, 20 horas semanais, com a consequente diminuição dos salários. 

Na região do Porto, disse, estão nesta situação “oito ou nove” trabalhadores, mas o caso está a repetir-se “em catadupa nas outras lojas do país”. 

Com cerca de 400 funcionários na região Norte, segundo o CESP, a nível nacional a FNAC emprega mais de um milhar de trabalhadores. 

Face à indisponibilidade dos funcionários para aceitar esta situação, diz o sindicato, a empresa tem promovido um clima de “pressão” e “assédio moral”, comunicando aos visados a sua transferência para outras lojas da cadeia mais distantes das respectivas residências. 

De acordo com Marisa Ribeiro, a mesma estratégia estará a ser usada junto de “trabalhadores não gratos” para a empresa, como os sindicalizados. 

Considerando a situação “inaceitável”, o CESP garante estar “disponível para ir até ao fim” e, “caso a empresa não aceite parar com esta pressão, até a ir para tribunal”. 

Questionada pela agência Lusa, a dirigente sindical admitiu tratar-se de uma situação recorrente no sector do comércio e distribuição: “Nos grandes grupos económicos, nomeadamente na Jerónimo Martins (Pingo Doce), na Sonae (Continente), no El Corte Inglês, no Auchan (Jumbo), no Minipreço, no Lidl e no Intermarché, o assédio moral é praticado, seja para trocar ou reduzir horários, seja para tentar que o trabalhador tenha medo e, assim, o fragilizar”. 

“Em muitos casos – garante – fazem isso para que o trabalhador acabe por ceder e se despeça”, perdendo assim o direito a indemnização.

Lusa