PS quer acordo até ao final da semana e jura respeitar compromissos internacionais

PS quer acordo até ao final da semana e jura respeitar compromissos internacionais


António Costa saiu de Belém a repetir o respeito “tradicional” do PS pelos compromissos internacionais e diz que os partidos com quem se reuniu têm colocado os programas partidários para segundo plano. O líder socialista já fala em “plataforma de governo”.


À saída de duas horas de reunião com o Presidente da República, António Costa sublinhou o respeito do PS pelos compromissos internacionais, quando falou nas conversações que iniciou à esquerda depois das eleições legislativas. O socialista explicou que foi dar conta ao Presidente da República dos contactos que tem mantido e que quer ter uma “avaliação final” até ao final desta semana.

O líder socialista foi dar garantias ao Presidente da República que os compromissos internacionais não estão postos em causa, ainda que o PS esteja em negociações à esquerda (e com partidos com um alinha de ruptura com os compromissos europeus e não só) para uma “plataforma de governo”, como o próprio descreveu. “Ninguém teve maioria todos temos de ter humildade de fazer um esforço de aproximação às posições políticas de uns e outros. Tenho encontrado, felizmente, por parte de várias forças políticas uma clara distinção entre o que é o seu programa e as condições mínimas que consideram necessárias para viabilizar um governo. E não vi nenhuma que não respondesse às preocupações enunciadas pelo Presidente da República”.

António Costa tenta, desta forma, afastar um dos principais receios manifestados por alguns sectores políticos e, à saída da reunião em Belém, disse que esclareceu o Presidente que as eleições mostraram “que a mudança política em Portugal se deve desenvolver de acordo com os dados objectivos principais um dos quais é o respeito pelos compromissos internacionais de Portugal tendo em vista a posição activa de Portugal no quadro da União Económica Monetária e tendo em vista reforçar as políticas de convergência na União Europeia”.

Na resposta aos jornalistas, Costa ainda disse que o que “importa” é “trabalhar “não no programa de cada um dos partidos” mas “no que possa ser a plataforma de um governo”. Mais à frente, na mesma declaração, falou no objectivo de “criação de um programa de governo comum que responda àquilo que são as necessidades do país na defesa dos serviços públicos, de virar de página na austeridade, mas sempre no respeito pelos compromissos internacionais”.

O líder do PS deseja ter conclusões no final desta semana, em que já tem agendadas várias reuniões de trabalho técnico com os partidos à esquerda, mas também uma reunião com a coligação Portugal à Frente. Quando chegou a Belém, Costa foi contactado pelo próprio líder do PSD que o informou já ter enviado ao PS um documento com propostas com vista a um acordo. Costa recusou fazer qualquer avaliação das conversas que tem mantido considerando ser “prematuro” fazê-lo e também recusou medir o pulso à sensibilidade do Presidente da República face às conversações que tem em marcha: “Não sou médico nem enfermeiro para medir o pulso ao senhor Presidente da República”. António Costa apenas considerou “muito importante, muito interessante e muito produtiva” a reunião desta segunda-feira.