"Vaca gorda”, “baleia”, “Miss Piggy”, “gorducha”, “badocha”. Estes são apenas alguns dos “mimos” que têm sido aplicados a Gigi Hadid. Sugerimos agora uma pausa na leitura para que olhe bem para a foto aqui ao lado. Sim, esta é a tal a quem têm apelidado de “Miss Piggy”.
Os “piropos” a Gigi Hadid não são de agora, mas após o desfile da marca norte-americana Tommy Hilfiger, no qual desfilou em biquíni, lado a lado com as restantes manequins, tomaram proporções colossais. E Gigi achou que estava na altura de responder.
Para quem a podia achar só mais uma miúda gira, Gigi Hadid veio provar que de miúda só tem mesmo o visual. Perante as acusações de que foi alvo, a modelo de 20 anos aproveitou a sua conta de Instagram – onde soma mais de 6,9 milhões de seguidores – para responder aos haters. E não se ficou por uma curta resposta.
“Sim, tenho mamas, tenho abdominais e tenho rabo, mas nunca pedi que me dessem um tratamento especial. E não são os vossos comentários que me vão fazer querer mudar o meu corpo, nem me vão fazer dizer não aos designers que me escolhem para trabalhar com eles, e definitivamente não vão mudar as opiniões desses designers sobre mim. Se não vos agrada, não me sigam nem me vejam, porque eu não vou a lado nenhum, vou ficar por cá.
A verdade é que se não tivesse o corpo que tenho, também não teria toda esta carreira. Sinto-me orgulhosa por ter o corpo que tenho e poder ser sexy”, escreveu, depois de assumir que é humana e que os comentários a afectaram.
“Não, eu não tenho o mesmo tipo de corpo que muitas outras modelos. Represento uma imagem corporal que antes não era aceite pela alta- -costura, mas sou apoiada por designers, estilistas e editores. Podem inventar o que quiserem, mas a verdade é que trabalho muito, tenho confiança em mim e apareci numa altura em que a indústria da moda estava preparada para uma mudança”, acrescentou ainda.
A discussão dos cânones de beleza e das exigências do mundo da moda é recorrente. E, por vezes, parece ultrapassar todos os limites do plausível. Sim, provavelmente Gigi Hadid tem mais uns dois ou três centímetros de anca do que outras modelos, como teriam, nos anos 90, Cindy Crawford ouClaudia Schiffer. Mas, tal como elas, Gigi é uma das modelos mais disputadas do mundo, sendo regularmente escolhida para trabalhar com os principais designers e marcas do mundo.
Gigi pertence a uma nova geração de modelos cujas carreiras são altamente impulsionadas pelas redes sociais, que as tornam uma espécie de pop stars. “Estamos 15 horas a ser fotografadas e depois vamos para casa e temos de estar a responder a emails e a escolher o que vamos postar no Instagram. Nunca paramos.
Ainda ontem estava no aeroporto, na casa de banho, e uma rapariga de 13 anos pediu-me que tirasse uma foto com ela. Aceitei”, disse à “Vanity Fair”. Mas da mesma forma que servem para endeusar esta nova geração de modelos, as redes sociais também são plataformas de ódios. Sem filtros e quase sem censuras. Ou deveríamos dizer invejas?
Afinal, chamar “vaca gorda” a Gigi Hadid (tire mais um momento para olhar para a foto aqui ao lado) nada mais parece do que um exercício vão de inveja da rapariga de 20 anos que corre o mundo em aviões privados, vai às melhores festas, usa roupas dos criadores mais badalados, namora com Joe Jonas – dos Jonas Brothers –, é melhor amiga de Karlie Kloss, Kendall Jenner, Cara Delevingne e Taylor Swift, e ainda se gaba de andar em busca do melhor cheeseburger de Nova Iorque, o que faz com que experimente pelo menos um todas as semanas.
PODIA TER SIDO AGENTE DO FBI
Gigi Hadid já nasceu sob os holofotes da fama. Filha de Mohamed Hadid, um palestiniano que fez fortuna no imobiliário, e de Yolanda Foster, uma ex-modelo holandesa e protagonista do reality show “Real Housewives of Beverly Hills” (que mais tarde casou com o produtor musical David Foster), Gigi ainda usava fraldas – literalmente – quando fez a sua primeira campanha publicitária, para a Guess Kids.
Ainda assim, a decisão da família obrigou-a a suspender a carreira até terminar o liceu. Mas a ideia de ser manequim já lá estava no ADN – a irmã, Bela, também é modelo. E assim que concluiu os estudos, em 2013, Gigi mudou-se de Malibu para Nova Iorque para estudar Psicologia e investir numa carreira na moda, deixando para trás – para desgosto dos criminosos deste mundo – o sonho de criança de ser agente do FBI.
Em Fevereiro de 2014 fez o seu primeiro grande desfile, para a marca Desigual, na Semana de Moda de Nova Iorque. E em pouco mais de um ano tornou-se uma top model.
Gigi tem marcado presença nos principais desfiles, como Chanel, Versace, Balmain, e foi capa de revistas como a “Elle” e a “Vogue”. Embaixadora da Topshop e da Maybelline, em 2014 foi uma das 12 caloiras da annual swimsuit edition da revista “Sports Illustrated”, mas acabou por perder o título de revelação do ano para a portuguesa Sara Sampaio.
Há cerca de duas semanas esteve no Porto a ser fotografada por MarioTestino. Esperamos que tenha comido uma francesinha, sem medo de que aparecesse alguém a chamar-lhe “baleia”.