Volkswagen. Polícia alemã fez buscas  na sede da empresa

Volkswagen. Polícia alemã fez buscas na sede da empresa


Presidente do fabricante automóvel nos Estados Unidos admite que tinha conhecimento de que havia problemas desde Maio de 2014.


A polícia alemã fez ontem buscas na sede da Volkswagen em Wolfsburg, bem como noutras delegações do fabricante automóvel, relacionadas com a investigação do escândalo dos motores fraudulentos.

“O objectivo das buscas foi apreender documentos e suportes informáticos” susceptíveis de identificar os funcionários envolvidos na fraude que abrange 11 milhões de veículos, nos quais foi instalado um software que falseia os dados sobre as emissões poluentes do automóvel.

A Volkswagen está a ser investigada em vários países, incluindo a Alemanha, onde se estima que 2,8 milhões de carros estão equipados com este dispositivo que liga o modo de baixas emissões do motor durante os testes e depois desliga-o quando o carro circula em estrada.

Segundo a Bloomberg, a operação contou com a colaboração das autoridade do Estado da Baixa Saxónia, que é um dos accionistas da empresa. Para além da sede, foram também visitadas pela policia alemã as casas de alguns funcionários do grupo, embora não tenha sido revelada a identidade dos mesmos.

EUA remetem para Alemanha O presidente e CEO do grupo Volkswagen nos Estados Unidos, Michael Horn, admitiu ontem que já sabia do estudo da Universidade de West Virginia – que alertou pela primeira vez para os problemas nos motores diesel do grupo desde a Primavera de 2014. Mas só em Setembro deste ano é que foi informado da existência de um software que manipula os testes das emissões de gases poluentes.

Michael Horn, que compareceu na comissão de energia e comércio do Congresso norte-americano, começou por fazer um “sincero” pedido de desculpas pelo facto da empresa ter utilizado um programa que serviu para enganar os testes das emissões.

“Na Primavera de 2014, quando o estudo da universidade de West Virginia foi publicado, fui informado de que havia um possível incumprimento de emissões que podia ser corrigido”, afirmou o responsável do fabricante automóvel nos EUA, salientando que foi informado também de que os engenheiros da companhia iriam trabalhar com as agências [reguladoras] para resolver o problema.

Michael Horn garantiu em seguida que só em Setembro deste ano é que ficou a saber da existência do software que engana os resultados dos testes das emissões nos modelos dos veículos a diesel produzidos entre 2009 e 2015.

Oresponsável do grupo nos EUAdisse ainda sob juramento perante os congressistas que a decisão de instalar o programa fraudulento não foi aprovada pelos executivos mas apenas por alguns engenheiros.

“A investigação está em curso, mas não foi uma decisão da empresa, tanto quanto sei . Alguns engenheiros de software puseram isto no motor por alguma razão, e eu também gostaria de o descobrir”, declarou.

Michael Horn afirmou ainda que o grupo irá aceitar “as consequências” dos seus actos, mas que “o objectivo imediato é arranjar uma solução para os clientes”.

O presidente do grupo VW nos EUA assegurou ainda que estão a realizar várias investigações a nível mundial e a trabalhar para encontrar soluções para cada um dos grupos de viaturas afectados. “As soluções estão a ser testadas e validadas e depois serão apresentadas às autoridades responsáveis para aprovação”, acrescentou.

O plano de reparação de automóveis nos EUA (onde perto de meio milhão de carros estão afectados) é um processo que poderá demorar dois anos, um prazo mais alargado do que o antecipado esta semana pelo presidente executivo do grupo, Matthias Mueller.