O exemplo do Porto no dia seguinte


Pode então um acordo entre gente de boa-fé, civilizada e sensata, ser a saída para uma maioria relativa?


© Mario Cruz/Lusa

Houve eleições. Uma candidatura ganhou. Várias outras perderam. Entre elas, uma ficou em segundo lugar. Dias depois, os vencedores, com quase 40 por cento dos votos, e os primeiros derrotados, com pouco mais de 20, sentaram-se à mesa. Ao fim de algum tempo tinham negociado e fechado um acordo para quatro anos.

Não havendo contradições programáticas profundas, os vencedores criaram condições para passar à prática, ponto por ponto, o seu manifesto eleitoral. Os derrotados garantiram estabilidade, um bocadinho de poder e a viabilização de algumas das suas bandeiras.

A bem dos cidadãos que haviam votado e das escolhas que tinham feito, a política esteve (o que não é costume) à altura das expectativas criadas e a comunidade ficou a ganhar. Que é o que sucede quando os interesses das pessoas e o bem comum ficam acima dos interesses de grupo. 

Não é uma ilusão. Tudo isto se passou no Porto, há dois anos, após as autárquicas de 2013. O vencedor foi Rui Moreira e a sua lista independente (livre, sem amarras e integrando candidatos de origens políticas diversas), e o primeiro derrotado foi o PS. Claro que se dirá que o governo de um país não é o governo de uma câmara.

Claro que o grau de empenho e de compromisso está, no caso do vencedor do Porto, a uma distância razoável da abertura que um partido pode ser capaz de assumir. O ponto é que o entendimento é possível. Um lidera e cumpre. O outro coopera, não cria problemas e alimenta a esperança de que, um dia, possa chegar a sua vez. 

Pode então um acordo entre gente de boa-fé, civilizada e sensata, ser a saída para uma maioria relativa? E pode levar a que as pessoas vivam felizes e sossegadas durante quatro anos, sem pensarem em crises e em eleições? O exemplo do Porto diz que sim. 

Escreve à quinta-feira

O exemplo do Porto no dia seguinte


Pode então um acordo entre gente de boa-fé, civilizada e sensata, ser a saída para uma maioria relativa?


© Mario Cruz/Lusa

Houve eleições. Uma candidatura ganhou. Várias outras perderam. Entre elas, uma ficou em segundo lugar. Dias depois, os vencedores, com quase 40 por cento dos votos, e os primeiros derrotados, com pouco mais de 20, sentaram-se à mesa. Ao fim de algum tempo tinham negociado e fechado um acordo para quatro anos.

Não havendo contradições programáticas profundas, os vencedores criaram condições para passar à prática, ponto por ponto, o seu manifesto eleitoral. Os derrotados garantiram estabilidade, um bocadinho de poder e a viabilização de algumas das suas bandeiras.

A bem dos cidadãos que haviam votado e das escolhas que tinham feito, a política esteve (o que não é costume) à altura das expectativas criadas e a comunidade ficou a ganhar. Que é o que sucede quando os interesses das pessoas e o bem comum ficam acima dos interesses de grupo. 

Não é uma ilusão. Tudo isto se passou no Porto, há dois anos, após as autárquicas de 2013. O vencedor foi Rui Moreira e a sua lista independente (livre, sem amarras e integrando candidatos de origens políticas diversas), e o primeiro derrotado foi o PS. Claro que se dirá que o governo de um país não é o governo de uma câmara.

Claro que o grau de empenho e de compromisso está, no caso do vencedor do Porto, a uma distância razoável da abertura que um partido pode ser capaz de assumir. O ponto é que o entendimento é possível. Um lidera e cumpre. O outro coopera, não cria problemas e alimenta a esperança de que, um dia, possa chegar a sua vez. 

Pode então um acordo entre gente de boa-fé, civilizada e sensata, ser a saída para uma maioria relativa? E pode levar a que as pessoas vivam felizes e sossegadas durante quatro anos, sem pensarem em crises e em eleições? O exemplo do Porto diz que sim. 

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