Nuno Melo afirmou em entrevista ao “Diário de Notícias” que um governo PS com o PCP e o Bloco de Esquerda parece-lhe impossível. O eurodeputado falou mesmo em golpe PRECiano.
Questionado sobre uma possibilidade de entendimento entre coligação e PS, o centrista deixa nas mãos de António Costa, já que Passos Coelho se mostrou aberto ao diálogo. Mas as reacções do líder socialista não o deixam acreditar nessa possibilidade.
Pelo que percebeu, depois da reunião de terça-feira, “António Costa fecha as portas a um governo à direita”. Nuno Melo acrescenta que o líder socialista assume a possibilidade de um governo maioritário à esquerda, com o PCP e o BE, o que, segundo a sua perspectiva, seria um cenário não condizente com qualquer tipo de acordo com a coligação. Isto significa que o eurodeputado pensa que o PS pretende “assumir com clareza a liderança de oposição ao governo de direita”.
Esta posição dos socialistas não quer dizer “uma indisponibilidade de princípio para a viabilização de instrumentos imprescindíveis à governação do país, ou seja, uma oposição responsável que não bloqueasse a governação tal qual o povo em urna quis e manifestou. Espero que prevaleça o bom senso”, sublinha.
Na mesma entrevista, Nuno Melo alerta para a vontade explicita de Costa formar governo com o PCP e Bloco. Se isto acontecesse, haveria uma “rotura absoluta com o papel histórico do PS”, afirma, explicando que esta hipótese “abriria a porta a uma extrema-esquerda”, que não é conforme com o projecto da União Europeia e “deseja a saída de Portugal da zona euro”.
E o eurodeputado vai ainda mais longe: “Isso seria um golpe de estado PRECiano”.