Hollande adverte no Parlamento Europeu para risco de “guerra total”

Hollande adverte no Parlamento Europeu para risco de “guerra total”


“O que está lá em jogo (na Síria) determinará por muito tempo os equilíbrios em toda a região do Médio Oriente”.


O Presidente francês, François Hollande, defendeu esta quarta-feira, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que o desenlace do conflito na Síria determinará por muito tempo os equilíbrios em todo o Médio Oriente, e advertiu para o risco de “uma guerra total”.

Numa intervenção na assembleia europeia, juntamente com a chanceler alemã, Angela Merkel,Hollande justificou a intervenção militar francesa na Síria sustentando que o conflito extravasa as fronteiras daquele país, e ameaça chegar mesmo a território europeu.

“O que está lá em jogo (na Síria) determinará por muito tempo os equilíbrios em toda a região do Médio Oriente, e se deixarmos os conflitos religiosos, e entre sunitas e xiitas, amplificarem-se ainda mais, não pensemos que estaremos ao abrigo: será uma guerra total, e que poderá afectar o nosso próprio território. E por isso temos que agir”, disse, no plenário.

Segundo Hollande, “a França assumiu as suas responsabilidades militares face à ameaça, e toda a Europa deve comprometer-se no plano humanitário, político e diplomático”, para “construir um futuro político na Síria, que dê à população outra alternativa” que não o actual Presidente Basharal-Assad nem a organização terrorista Estado Islâmico.

Numa intervenção centrada na questão do terrorismo, François Hollande reiterou que o Estado Islâmico e os jihadistas constituem uma ameaça para toda a Europa, mas insistiu que também é necessário afastar de qualquer solução política o actual Presidente sírio, pois “o regime de Basharal-Assad criou e continua a alimentar este desastre, e ainda hoje ele bombardeia, mata e massacra”.

O conflito na Síria, que começou em Março de 2011, já provocou mais de 240 mil mortos, de acordo com o Observatório Sírios dos Direitos Humanos.

Lusa