Há mais duas caras conhecidas no escândalo de emissões de gases poluentes que envolve o grupo Volkswagen. O ex-engenheiro chefe da Audi, Ulrich Hackenberg, e o criador dos motores de Fórmula 1 da Porsche, Wolfgang Hatz – dois dos mais famosos engenheiros do fabricante alemão – estão na mira das autoridades, devido ao papel crucial na fraude que envolve 11 milhões de veículos.
Os dois engenheiros são vistos como peças chave na decisão de equipar os motores dos veículos do grupo alemão com software que esconde as verdadeiras emissões de gases poluentes para a atmosfera. Segundo as últimas informações da Volkswagen, a alteração dos motores terá sido feita devido à ambição de triunfar no mercado norte-americano. E ao serem confrontados com vendas abaixo do esperado nos EUA os engenheiros da empresa terão decidido enganar os reguladores e clientes com motores fraudulentos.
Este domingo alguns engenheiros da Volkswagen confessaram que instalaram o ‘software’ para manipular os dados de emissões poluentes em alguns motores a partir de 2008.
Os engenheiros, que trabalham no desenvolvimento de motores na central do consórcio em Wolfsburg, no norte da Alemanha, afirmaram que o motor EA189 que estavam a desenvolver desde 2005, estava a ponto de começar a ser produzido em série.
Uma vez que não conseguiram encontrar uma fórmula que lhes permitisse cumprir, quer os limites de emissões poluentes, quer de custos, recorreram ao ‘software’ para evitar que um projeto que era de grande importância para o grupo tivesse de ser travado. O motor começou a ser produzido em série, não só para o mercado norte-americano, mas a nível mundial.
O que é certo é que a polémica começou nos Estados Unidos mas alastrou-se a todo o mundo, tendo já envolvido outros gigantes dos automóveis. Desde o início da crise, a Volkswagen já perdeu quase metade do valor na bolsa de Frankfurt.
O grupo tem até quarta-feira para apresentar um plano de acções para resolver esta situação de carros manipulados.