© Tiago Petinga/Lusa
“A política é a arte do impossível.”
Contrariando Bismarck.
Imaginem-se a fazer um exercício de análise de um cenário político pós-eleitoral, três dias antes de as eleições se terem realizado.
Imaginem, de seguida, tratar–se de uma das eleições mais disputadas e de resultado mais incerto.
Nesse cenário estão, de um lado, uma coligação que governou o país durante quatro anos que, por acaso, foram os mais austeros e que exigiram mais sacrifícios, desde que a democracia existe em Portugal.
Do outro lado, está um partido com um novo líder, que tudo fazia prever que iria vencer as eleições, restando a dúvida se atingiria ou não uma maioria absoluta.
Pois, continuando no nosso exercício de ficção, imaginem que as eleições eram ganhas pela coligação que tinha governado o país. E que essa vitória, embora sem maioria absoluta, levaria o Presidente da República a convidar essa coligação a formar governo.
Imaginem então que hoje é só amanhã e que essas eleições mostravam que o país estava a virar decisivamente à esquerda, mas que iria ser governado pela direita, porque a esquerda, enquanto unidade política, não existe.
Imaginem, quase a terminar, que o país se preparava já para novas eleições para o próximo ano, no início do Verão.
Ficção, pura ficção.
Para que esta ficção seja totalmente inverosímil, imaginei que o Presidente da República faltaria às comemorações do aniversário da proclamação da dita, para meditar nas soluções pós-eleitorais.
Seria já muita imaginação, admito.
Escreve à segunda-feira